No Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, o Liberty Mall recebeu a 24ª edição do Desfile Beleza Negra (DBN), um dos mais tradicionais eventos de valorização da estética, identidade e cultura afro-brasileira no Distrito Federal. Com o tema “Herança”, a edição deste ano reuniu 57 modelos negros e levantou uma pauta urgente: o combate ao feminicídio.
A escolha do tema reflete a gravidade da violência de gênero no país. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, mulheres negras representaram 63,6% das vítimas de feminicídio em 2024, evidenciando a vulnerabilidade desse grupo — marcado por desigualdades históricas, racismo estrutural e falta de acesso a políticas de proteção.
Idealizado pela produtora de moda Dai Schmidt, o Desfile Beleza Negra vai além da passarela. “Hoje, a moda não é apenas estética. A Beleza Negra trabalha autoestima, autoconhecimento, educação e cultura dessas mulheres”, afirma. A coleção apresentada trouxe referências ao resgate da ancestralidade, à resistência e à esperança.
Nesta edição, o DBN contou com o apoio do Comitê de Proteção à Mulher, política pública criada em 2023 pela deputada Doutora Jane (Republicanos). A subsecretária da pasta, Luana Maia, destaca o papel dos comitês regionais, que oferecem acolhimento, escuta ativa e encaminhamento direto para serviços de apoio às mulheres em situação de violência.
“Em 2025, tivemos mais de 1,5 mil atendimentos, sendo mais de 300 casos de violência doméstica e familiar — a maioria envolvendo mulheres negras”, explica Luana. “Por isso, essa parceria é tão importante. O DBN reforça a necessidade de fortalecer políticas públicas e garantir que mulheres negras sejam protagonistas e ocupem espaços de poder.”
Ao unir moda, conscientização e políticas de enfrentamento à violência, o Desfile Beleza Negra reafirma seu papel como plataforma de visibilidade, inclusão e transformação social.
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