No Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, uma educadora antirracista com anos de atuação na área relembra que discutir racismo nas escolas e na sociedade não é apenas necessário, mas urgente. Segundo ela, ainda hoje é comum ouvir que “não é preciso falar sobre racismo porque somos todos humanos”. Para a especialista, essa visão ignora a desigualdade histórica que marca a cidadania e os direitos da população negra no Brasil.
“Se de fato fôssemos todos considerados humanos em termos de direitos e cidadania, não precisaríamos educar continuamente a sociedade e aplicar leis específicas para garantir a dignidade de pessoas negras”, afirma. Ela destaca que setores fundamentais como educação, saúde e segurança pública seguem impactando de maneira desproporcional a vida da população negra — um processo que não começou no século XXI, mas há mais de 500 anos.
A educadora reforça que o 20 de novembro não é uma data comemorativa, mas um marco de resistência:
“É um momento que nos convoca à memória daqueles que lutaram para que hoje tivéssemos mais dignidade e condições melhores de sobrevivência.”
A reflexão aponta que a sociedade do presente tem a responsabilidade de dar continuidade à luta iniciada por lideranças negras históricas, reformulando pactos civilizatórios e criando condições para que as próximas gerações tenham acesso real a direitos, segurança e oportunidades.
Em memória, ela cita figuras essenciais da resistência negra no Brasil — de heróis quilombolas a intelectuais, artistas e ativistas que moldaram a história do país: Zumbi dos Palmares, Dandara, Tereza de Benguela, Luísa Mahin, Zacimba Gaba, Viriato Cancão de Fogo, Constância D’Angola, João Cândido, André Rebouças, José do Patrocínio, Maria Firmina dos Reis, Abdias do Nascimento, Lélia Gonzalez, Carolina Maria de Jesus, Beatriz Nascimento, Milton Santos, Marielle Franco, Lima Barreto, Manoel Congo, Luiz Gama, entre muitos outros.
A mensagem reforça que o combate ao racismo não é sobre o passado, mas sobre o presente e o futuro — um compromisso coletivo e contínuo para que a igualdade deixe de ser promessa e se torne realidade.
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Cogestora do Sabin é uma das palestrantes do V Fórum de Administração em Saúde na Bahia.























