Até sábado (29), quem visitou a sétima edição da e-Agro, no Centro de Convenções de Salvador, pode atravessar simbolicamente centenas de quilômetros e experimentar o cotidiano tecnológico das lavouras do Oeste da Bahia. Em um estande que combinou inovação e experiência sensorial, a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) apresentou ao público urbano uma imersão inédita no universo do algodão por meio de Realidade Virtual, demonstrações têxteis e experimentações interativas.
A iniciativa integra a maior feira de tecnologia e inovação agropecuária do estado, promovida pelo Sistema Faeb/Senar e pelo Sebrae Bahia, e teve como objetivo aproximar a capital baiana do setor produtivo que move a economia agrícola no interior. Com óculos VR, o visitante percorreu plantações, observa colheitas mecanizadas e conhece o beneficiamento da fibra — tudo sem sair de Salvador. Também foi possível tocar, comparar e distinguir tecidos naturais como algodão, seda e linho, das fibras sintéticas e artificiais, como poliéster e viscose.
Outra atração foi a tecnologia desenvolvida pelo Cimatec para auxiliar na classificação visual do algodão, um processo essencial para garantir qualidade e padronização da fibra. Oficinas, atividades educativas e demonstrações de maquinário completam a experiência.
Na abertura oficial, realizada nesta quinta-feira (27), a presidente da Abapa, Alessandra Zanotto Costa, lembrou que a cotonicultura brasileira opera com tecnologias avançadas e em ritmo acelerado. “O futuro chega antes nas fazendas de algodão. Robôs, drones, mecatrônica e genética já fazem parte da rotina da lavoura”, afirmou. Para ela, a presença do evento em Salvador simboliza uma cidade que passa a reconhecer o potencial transformador do campo e sua relação com a inovação.
Alessandra também destacou o papel estratégico do Sistema S na formação de novos profissionais, em especial através do Centro de Treinamento & Tecnologia da Abapa (CT). Criado em 2010, o espaço já qualificou mais de 150 mil pessoas em mecanização, irrigação, aviação agrícola e boas práticas, em parceria com Fieb, Sebrae, Faeb e Senar. “Esse trabalho contínuo reduz o gap entre a inovação e quem está no campo produzindo”, reforçou.
A abertura do evento contou com autoridades do setor — entre elas Humberto Miranda (Faeb/Senar), Jorge Khoury (Sebrae Bahia), Pablo Barrozo (Seagri), Moisés Schmidt (Aiba) e representantes do Banco do Brasil, Banco do Nordeste e Neoenergia Coelba. Em suas falas, destacaram a importância das parcerias institucionais, do conhecimento técnico e do investimento em pesquisa para o fortalecimento do agronegócio.
Alessandra Zanotto Costa também prestou homenagem à Faeb pelos 60 anos da instituição, celebrados em 2025. Ao entregar uma placa comemorativa ao presidente da Federação, Humberto Miranda, reconheceu a entidade como um dos pilares que sustentam a modernização agrícola baiana. “A Faeb ajudou a transformar o agro da Bahia, formando gente, democratizando conhecimento e fortalecendo quem produz”, concluiu.
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