A Aviva – um dos maiores grupos de hotelaria e entretenimento do Brasil – vai investir, até 2028, R$870 milhões no complexo Costa do Sauípe, no litoral Norte da Bahia. E olha que bacana: metade desse valor já começou a sair do papel. Nesta segunda-feira (19/2), a companhia iniciou a reforma e modernização do Hotel Premium Sol, num investimento da ordem de R$77 milhões. Já no segundo semestre deste ano, começam as obras de construção do Hot Park Baía das Tartarugas, o que vai exigir um aporte de R$350 milhões.
O retrofit do Hotel Premium Sol será concluído até dezembro deste ano, a tempo de receber turistas nacionais e estrangeiros na alta temporada de verão 2024/2025. O projeto prevê uma profunda modernização do equipamento, com a renovação dos apartamentos (256 no total) e da área de eventos, ampliação de restaurantes, construção de novos banheiros, troca de pisos, instalações hidráulicas e mobiliário, dentre outras obras e serviços.
“O retrofit é mais um passo do projeto de revitalização completa do complexo de Costa do Sauípe, que também se estenderá para os demais hotéis, Terra e Mar, nos próximos anos”, destacou Alessandro Cunha, CEO da Aviva.
Parque aquático
O parque aquático, por sua vez, foi anunciado pelo Grupo Aviva em 2019. A pandemia de covid-19, no entanto, freou os investimentos. Com a retomada mais forte do turismo, o projeto, finalmente, vai começar a virar realidade no início do segundo semestre deste ano. Quanto for inaugurado, em 2027, irá brigar por um mercado em crescimento e que é amplamente dominado, hoje, na Região Nordeste pelo Beach Park, em Fortaleza.
O Hot Park Baía das Tartarugas terá aproximadamente 100 mil m² de área construída, contará com um estacionamento para 1.600 veículos e irá receber, anualmente, cerca de 1,5 milhão de visitantes. Os hóspedes do complexo terão livre acesso ao parque. Haverá ainda o serviço de “day use”, em que os visitantes podem passar o dia no espaço sem se hospedar.
O preço médio do ingresso, hoje, seria em torno de R$ 150. Alessandro Cunha disse que os valores irão “flutuar”, a exemplo do que ocorre com as passagens aéreas e as tarifas de hotéis. “Se comprar antes tem desconto, vai depender da demanda do dia também, segunda-feira será mais barato, fim de semana mais caro, tem a questão da alta ou da baixa estação”, observa o executivo.
Ele acrescentou ainda que, quando entrar em operação, o parque aquático vai incrementar em torno de 15% o fluxo de hóspedes no complexo Costa do Sauípe. “Outro ponto é: eu tenho um produto adicional, e isto me ajuda a reposicionar preços. Provavelmente, e meio que afirmando, o nosso preço com o parque aquático vai ser reposicionado [terá aumento] porque vai ter o ingresso dentro da tarifa”, adiantou.
Empregos
O parque aquático, que terá mais de 20 atrações, vai gerar 430 empregos diretos e outros 1.720 indiretos. A Aviva negocia apoio financeiro do Banco do Nordeste (BNB) para o projeto. “Nós estamos buscando junto ao Banco do Nordeste este financiamento. A perspectiva é bem positiva para aprovação do financiamento nos próximos meses. Este financiamento é fundamental para execução do projeto, isso é muito importante”, enfatizou Alessandro Cunha.
Os equipamentos serão fornecidos por empresas nacionais e estrangeiras. Nesta segunda-feira, o governador Jerônimo Rodrigues esteve no complexo. Na ocasião, assinou um decreto que concede estímulo fiscal para aquisição de equipamentos, peças e partes utilizados na montagem do projeto. A isenção garante uma economia da ordem de R$8 milhões para a Aviva.
“Nós queremos a geração de emprego, e a circulação de mercadorias também, fortalecendo a economia local. E esse parque vai proporcionar tudo isso. Além disso, o estado e o município têm retorno com os impostos. Então, a compensação é direta”, afirmou Jerônimo. “Este incentivo demonstra a parceria do governo para a gente tirar este projeto do papel”, completou Alessandro.
Além de incentivo fiscal, Alessandro Cunha disse que a companhia solicitou ao governo do estado que estude a possibilidade de duplicar da Linha Verde até o complexo hoteleiro. “O parque vai gerar um volume extra de veículos na via entre 600 a 1.000. É um número bem relevante. Se a rodovia estiver duplicada vai facilitar muito o deslocamento, dá mais segurança. O governador considerou super-importante a nossa demanda”, assinalou o CEO da Aviva.
Desempenho
A goiana Aviva completa, este ano, seis anos. A plataforma de entretenimento é, hoje, detentora do parque aquático Hot Park, em Goiás, e dos dois maiores complexos de resorts do Brasil: Costa do Sauípe, que tem cerca de 1,5 mil apartamentos, seguido pelo Rio Quente Resorts (GO), com outros 1,2 mil apartamentos. Ao total, são aproximadamente 4 mil funcionários.
Sobre o desempenho do grupo, Alessandro. Cunha destacou: “Crescemos bem em 2023, foi um ano muito importante. Foi o melhor ano pra gente em termos de resultados, com um crescimento em torno de 20% em relação a 2022. E começamos muito bem 2024. Tivemos recorde de ocupação, em janeiro, tanto em Rio Quente quanto em Sauípe. As perspectivas são boas”.
Por trás do bom resultado está o modelo de negócios pautado no tripé hospitalidade, entretenimento e clube de férias, em que turistas pagam mensalidades em troca de dias para desfrutar das atrações da Aviva.
A maior preocupação hoje é com o custo aéreo que limita o desenvolvimento do turismo no Brasil. “Não tem perspectiva de redução do custo aéreo. A gente deve conviver com esta tarifa média nos próximos meses. Precisamos ter uma oferta maior de voos para a gente poder reduzir esse custo”, assinalou o CEO.
A Aviva investirá cerca de R$1,2 bilhão até 2028 em seus complexos em Goiás e na Bahia. O grupo assumiu o controle de Costa do Sauípe em 2018. De lá pra cá já investiu mais de R$110 milhões no empreendimento baiano. Nos próximos anos, serão mais de R$870 milhões. Além do parque aquático e do retrofit do Hotel Premium Sol, estão previstos ainda a construção de uma Central de Produção e Distribuição de Alimentos e o primeiro projeto de multipropriedade da Aviva, que foi precursora do modelo de timeshare no Brasil.
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