A mineradora Bamin, responsável pelo Projeto Pedra de Ferro, no município de Caetité, na Bahia, lançou no final da tarde desta quinta-feira (29) sua plataforma de ESG. A iniciativa, que tem sido adotada pelas maiores companhias do mundo, coloca a sustentabilidade, práticas sociais e de governança no centro dos negócios do grupo, com o objetivo de alcançar o equilíbrio entre a sociedade, o meio ambiente e aspectos econômicos. Na mesma solenidade, realizada no Porto Salvador Eventos, a companhia anunciou a adesão ao Pacto Global da ONU.
“Transformar toda a cadeia da mineração é um dos maiores desafios na implantação do ESG. Não podemos perder de perspectiva que o ESG muda a lógica da atuação de uma empresa que está comprometida com uma gestão sustentável”, disse a diretora de Sustentabilidade da Bamin, Rosane dos Santos. Segundo ela, a organização deve olhar para o longo prazo e trazer todo mundo para uma sociedade mais social, mais comprometida e menos desigual. “Com a plataforma ESG queremos aprimorar nossas operações sustentáveis e ser, cada vez mais, reconhecida como uma empresa internacional de recursos naturais”.
As práticas ESG (Ambiental, Social e Governança, na sigla em inglês) estão mudando a maneira de se fazer negócios e movimentando investimentos globalmente. Esse conceito é utilizado para se referir a boas práticas empresariais que se preocupam com critérios ambientais − que tratam dos impactos de uma companhia no meio ambiente −; sociais − que consideram a preocupação e a relação da empresa com a sociedade −, e os parâmetros de governança − que verificam a maior transparência e equidade entre a corporação e todos os seus acionistas.
Segundo a consultoria norte-americana McKinsey, ações voltadas a ESG já alcançam US$30 trilhões em investimentos no mundo todo. O valor é 10 vezes maior do que o investido em 2004, o que demonstra a importância que ele ganhou.
Pacto Global
Já o Pacto Global da ONU reúne mais de 20 mil participantes, entre empresas e organizações, em 160 países, e fornece diretrizes para a promoção do crescimento sustentável e da cidadania. “O Pacto Global como o próprio nome sugere é um pacto feito por diversas organizações empresariais, sociedade civil e governos, e todos se uniram em função de uma reeleitura de como a gente vem atuando enquanto indivíduos”, diz Rosane. “A gente tem muito orgulho de dizer que a atuação da Bamin já contribui para um desenvolvimento coletivo conforme estabelecido pelo Pacto Global”.
Rosane disse que a atuação “histórica” da Bamin já contribui para 12 dos 17 indicadores dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Dentre outras iniciativas da mineradora que têm correlação com a ODS, estão o código de diversidade e inclusão, coletiva seletiva, apoio a grupos produtivos de Caetité e Pindaí e a criação de uma centro de referência em tratamento da fauna silvestre. “Com a adesão da Bamin ao Pacto Global toda essa contribuição histórica acelera e se amplia”, afirmou.
A solenidade desta quinta-feira foi conduzida pela jornalista e apresentadora da Rede Globo Rita Batista e contou ainda com uma palestra do teólogo, escritor, filósofo e professor Leonardo Boff, um dos formuladores da “teologia da libertação”, que falou sobre sustentabilidade para os convidados.
Para o teólogo, a sustentabilidade se mede pela capacidade de conservar o capital natural, permitir que se refaça e ainda, por meio do gênio humano, possa ser enriquecida para as futuras gerações. “Esse conceito ampliado e integrador de sustentabilidade deve servir de critério para avaliar o quanto temos progredido ou não rumo à sustentabilidade e nos deve igualmente servir de inspiração ou de ideia -geradora para realizar a sustentabilidade nos vários campos da atividade humana”, disse.
O CEO da Bamin, Eduardo Ledsham, contou que Leonardo Boff ficou surpreso com o convite para a palestra, que reuniu dezenas de colaboradores da mineradora. “Todas as provocações são bem-vindas. A gente está aqui para fazer a diferença”, afirmou o executivo.
A empresa
Fundada em 2005 e controlada pela Eurasian Resources Group (ERG), a Bamin está investindo recursos da ordem de R$20 bilhões nos projetos que incluem a Mina Pedra de Ferro e os projetos de soluções de logística integrada: Porto Sul, em Ilhéus, e o Trecho 1 da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), que ligará Caetité a Ilhéus, com 537 km de extensão.
Quando a Fiol trecho 1 e o Porto Sul estiverem prontos, em 2026, a mineradora irá produzir 26 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. O corredor logístico de integração e de exportação é de extrema importância para a mineração e também para o agronegócio, além de outras cadeias produtivas.