Meu Pai,
O Samba é mais que ritmo. Ele é um idioma ancestral que cura memórias, celebra vidas e mantém viva a história do povo negro no Brasil. Nascido das matrizes africanas, moldado nos terreiros, quintais e ladeiras da Bahia, o samba é uma das maiores heranças da diáspora africana para o mundo.
E é no Centro Histórico de Salvador território de resistência, negritude e potência cultural que o samba encontra um de seus palcos mais sagrados. Cada pedra do Pelourinho vibra com passos antigos; cada praça guarda a força de quem fez da arte uma arma de sobrevivência. Aqui, o samba é identidade, espiritualidade e ponte entre passado, presente e futuro.
E nessa travessia, um nome como o seu, meu pai, se ergue como guardião: Clarindo Silva. Figura fundamental para a preservação da cultura afro-brasileira, você transformou a Cantina da Lua em um templo de encontros, memória e música. Foi aqui que acolheu e acolhe grandes mestres : @batatinhaofficial , @riachaosambista , @walmirlimaofc @oficialnelsonrufino , @tiao.motorista , @edilpachecooficial , @guigadeogum , @violadedoze , @taianriachao , @julianaribeiro_oficial e tantos outros que eternizaram o samba como patrimônio vivo.
A Cantina da Lua não é apenas um restaurante. É um santuário da música negra, um farol da cultura baiana, um dos grandes marcos do Afroturismo na Bahia. É onde turistas do Brasil e do mundo não apenas assistem, mas vivem o samba, sentem a ancestralidade, reconhecem a força da diáspora africana pulsando em cada acorde.
Quando o Samba se encontra com o Afroturismo, algo mágico acontece.
Quem chega ao Pelourinho não leva apenas fotos: leva memória, emoção, espiritualidade e consciência. Leva o entendimento de que a cultura negra é força, é beleza, é futuro.
E graças a pessoas como Clarindo Silva, esse legado permanece. O samba segue atravessando oceanos, conquistando o mundo e formando novas gerações que honrarão essa história.
O Samba vive porque existe memória.
O Samba vive porque existe luta.
O Samba vive porque existe o Afroturismo.
E o samba viverá por causa de guardiões como você, meu pai: Clarindo Silva.
Por Claudia Marciana Alves.
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