A Refinaria de Mataripe (Refmat), em São Francisco do Conde, na Bahia, completa neste mês de novembro três anos sob a administração da Acelen com a promessa cumprida de fazer “doze anos em três”. Com uma trajetória de 74 anos, a refinaria baiana – uma das três mais modernas e melhores da América Latina – passou por um ciclo intenso de modernização, com investimentos da ordem de R$2 bilhões focados em recuperação e inovação.
“Foi um complexo trabalho até aqui. Doze anos em três. Todo esforço para recuperar a refinaria, modernizá-la. Em menos de três anos aceleramos esta transformação”, destacou João Farah, diretor industrial da Refmat, durante encontro com jornalistas, na sede na empresa, nesta qurta-feira (13/11).
Esse investimento robusto teve um impacto direto nas operações da companhia, com um aumento de 4% na capacidade produtiva, passando de 289 mil para 302 mil barris diários, além de 83 recordes de produção e a introdução de seis novos produtos no portfólio, que já conta com 31 itens, como gasolina, óleo diesel, bunker oil, quereosene de aviação, GLP, nafta, parafina, asfalto, propano especial, dentre outros. Os produtos são entregues para mais de 50 clientes. Hoje, a Mataripe é o segundo maior fornecedor de combustível marítimo do país, atendendo à Bahia e regiões estratégicas.
Parte do investimento foi destinado à modernização da infraestrutura e à eficiência operacional. Em paradas de manutenção foram alocados R$322 milhões. Em sua fala, João Farah lembrou ainda que seis caldeiras, antes inoperantes ou em condições precárias, foram recuperadas. Cerca de 1.500 pontos foram reparados, reduzindo o desperdício de vapor e as emissões de CO₂.
“Duas dessas caldeiras estavam há bastante tempo indisponíveis, outras duas operando com furos, vazando vapor, outra sem confiabilidade para operar. Fizemos um trabalho consistente e daí dobramos nossa capacidade de produção de vapor”, lembra o diretor. Além disso, foram restaudas as estruturas de concreto, 16 mil m² de isolamento térmico foram reconstituídod, e duas barragens foram reforçadas, como a barragem da Coreia, agora dentro dos padrões de segurança.
Já o Terminal Logístico de de Madre de Deus (Temadre) contou com investimentos da ordem de R$70 milhões. Foram feitos, dentre outros serviços, a dragagem do canal, o aumento da seguramnça da navegação e a recuperação da profundidade natural de navegação.
Transição energética e social
Outro marco é a transição energética e os avanços ambientais da refinaria. A Acelen foi pioneira na neutralização de carbono na logística marítima e, de 2021 a 2024, reduziu em 26% o consumo de água, economizando 4,7 bilhões de litros. O consumo de energia caiu 9%, e houve redução significativa de emissões de gases e enxofre, junto com uma diminuição de 30% nos resíduos gerados.
Marcelo Lyra, vice-presidente de Relações Institucionais, Comunicação e ESG da empresa, destacou ainda a formação de joint venture com a Perfin Infra Administração de Recursos e a Illian Energias Renováveis para investir em um projeto de energia solar. O projeto, anunciado em julho passado, será construído na cidade de João Dourado, no semiárido baiano, região privilegiada pela irradiação solar e terá capacidade instalada de 161MW. Os investimentos passam de R$500 milhões.
No campo social, a Acelen investiu mais de R$ 25 milhões em projetos educacionais e sociais, incluindo capacitação de técnicos e engenheiros e, em parceria com o Senai Cimatec, formou mais de 350 técnicos de refino e manutenção. Em três anos, mais de 30 mil pessoas foram beneficiadas por 17 iniciativas socioambientais.
A empresa
Com 2.455 empregos diretos, a Refinaria de Mataripe mantém sua relevância para a economia baiana e nacional. Ela representa 14% da capacidade de refino do país, 42% do Nordeste e 80% da Bahia, respondendo por 17% do ICMS e 10% do PIB estadual. Além disso, a refinaria dedica 28% de sua produção à exportação, consolidando-se como o segundo maior exportador do estado.
Leia também: Exportações baianas ultrapassam US$ 5 bilhões no primeiro semestre