O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), calculado pelo IBGE, ficou em 0,91% na Região Metropolitana de Salvador (RMS) em fevereiro. O IPCA-15 funciona como uma prévia da inflação oficial do mês, refletindo os preços coletados entre 14 de janeiro e 11 de fevereiro. Houve desaceleração no indicador, ou seja, ele aumentou menos do que no mês anterior, pela terceira vez seguida (havia sido de 1,47% em novembro, 1,13% em dezembro e 1,08% em janeiro).
O IPCA-15 da RMS em fevereiro também ficou abaixo do registrado no país como um todo (0,99%) e foi apenas o 8º entre as 11 áreas pesquisadas separadamente pelo IBGE. Ainda assim, a RMS teve a maior prévia da inflação para um mês de fevereiro desde 2016, quando o IPCA-15 havia ficado em 2,26%.
Nos primeiros dois meses de 2022, o IPCA-15 da RMS acumula alta de 2,01%, acima do resultado nacional (1,58%) e o maior acumulado no ano dentre todas as áreas. Nesse indicador, a RM Porto Alegre (0,10%), Brasília/DF (1,24%) e a RM Curitiba/PR (1,45%) têm os menores aumentos.
O IPCA-15 da RMS também está entre os mais altos do país no acumulado nos 12 meses encerrados em fevereiro. Com alta de 11,72%, é o segundo mais elevado, abaixo apenas do índice na RM Curitiba/PR (13,28%) e acima do indicador nacional (10,76%). Nesse acumulado, apenas as regiões metropolitanas de Belém/PA (9,68%) e Rio de Janeiro/RJ (9,77%) têm aumentos menores que 10,0%.
Educação
O IPCA-15 de fevereiro na Região Metropolitana de Salvador (0,91%) foi resultado de aumentos nos preços médios de sete dos nove grupos de produtos e serviços que formam o índice. Com o maior aumento entre os grupos, os gastos com educação (5,60%) foram os que mais contribuíram para a alta do custo de vida na RMS, na primeira metade do mês.
Em fevereiro, tradicionalmente os preços da educação têm impacto importante na inflação, pois é nesse mês que o IBGE capta a maior parte dos reajustes das escolas. Ainda que seja um comportamento sazonal esperado, o aumento da educação na RMS em 2022 (5,60%) foi o maior em cinco anos – desde 2017, quando, segundo o IPCA-15, a alta havia sido de 7,50%.
Com o terceiro maior aumento entre as centenas de produtos e serviços pesquisados para compor o índice da prévia da inflação, o ensino fundamental (10,34%) foi o que teve mais peso na alta do grupo educação e o segundo item que, sozinho, mais puxou o IPCA-15 para cima em fevereiro. Só ficou atrás da contribuição individual da gasolina.
A gasolina voltou a subir na prévia de fevereiro (2,95%), depois de ter mostrado queda em janeiro (-2,50%), e, por ser o item de maior peso na composição do IPCA-15, exerceu a principal pressão inflacionária, na RM Salvador, na primeira quinzena do mês.
Teve também o aumento mais importante do grupo transporte (1,13%), que deu a segunda maior contribuição de alta para o IPCA-15 de fevereiro, na RMS. Os aumentos do automóvel novo (3,64%) e do seguro voluntário de veículo (8,95%) também tiveram influências relevantes nesse resultado.
Habitação (-0,34%) e saúde e cuidados pessoais (-0,28%) foram os dois grupos que mostraram deflação média em fevereiro, na RM Salvador, segundo o IPCA-15.
Em baixa, a energia elétrica (-2,38%) foi, individualmente, a principal responsável por segurar o aumento da prévia da inflação em fevereiro. No grupo de saúde, a maior influência nesse sentido veio dos planos de saúde (-0,70%).