O ICEC (Índice de Confiança do Empresário do Comércio), elaborado mensalmente pela Fecomércio-BA, retraiu pelo quarto mês consecutivo. Em abril, o índice atingiu 109,1 pontos, leve queda de 0,3% e teve o menor patamar desde setembro de 2021. Na comparação anual, no entanto, houve avanço de 28,1%. Essa alta deve-se ao fato que neste período do ano passado o comércio estava voltando a reabrir após a segunda onda da pandemia do coronavírus.
O ICEC varia de 0 a 200 pontos, sendo que entre o intervalo de 100 a 200 pontos é considerado um patamar de confiança dos empresários e, de 0 a 100 pontos, nível de pessimismo. Quanto mais perto dos extremos, 0 e 200 pontos, mais confiante ou mais pessimista estará o empresário do comércio.
A queda na confiança está afetando exatamente a variável mais importante para a economia, o emprego. O Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC) acusou queda de 1,7%, e um dos três temas que compõem esse índice, o de intenção de contratação de funcionários foi o que mais caiu no mês, com -7,5% ao passar de 123,8 para 114,5 pontos entre março e abril.
“Ainda não é uma indicação de aumento das demissões, mas de se repensar em contratar mais, até porque esse item mantém o patamar superior aos 100 pontos. A revisão das expectativas vem à medida que o público está tendo dificuldades de voltar a consumir de forma mais expressiva, dado o quadro de inflação elevada”, informa o consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze.
Investimento das empresas
Por outro lado, há o aumento do nível de investimento das empresas, de 1,7% na comparação mensal e de 51,7% no contraponto anual, levando o item aos 93,4 pontos. “Esse resultado pode ser entendido de forma que as empresas estejam buscando melhorias para a operação do dia a dia, tentando ampliar o seu estoque e mix de produtos ofertados no sentido de manter a atração dos consumidores e a eficiência do negócio”, pontua o economista da Federação.
O olhar do empresário para os próximos seis meses, ainda é positivo, porém, está caindo mês a mês. O Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC) está nos 146,1 pontos em abril, ligeira queda de 0,5% na comparação com março. O que puxou mais o índice foi o tema da economia brasileira, de que o cenário no médio prazo não deve ser tão bom quanto se esperava.
E em relação ao curto prazo, ao dia a dia, o índice das Condições Atuais do Empresário do Comércio – ICAEC, apontou leve aumento de 1,5% e se posiciona nos 84,6 pontos. Apesar da alta, o patamar ainda está abaixo dos 100 pontos, ou seja, empresários do comércio pessimistas com a situação atual, tanto da economia como um todo (71,7 pontos), quanto em relação ao quadro das empresas do comércio (95,5 pontos).
“A inflação, endividamento e os juros elevados têm tirado o poder de compra das famílias e, por consequência, limita o consumo daqueles setores não essenciais. Ou seja, este primeiro semestre está indo muito aquém do que se esperava no final do ano passado”, esclarece o consultor econômico da Federação, Guilherme Dietze.