O Produto Interno Bruto (PIB) da Bahia, para este ano, deve crescer 3,1%, de acordo com o relatório elaborado pela Gerência de Estudos Técnicos da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) com base nos indicadores recentes e na percepção de analistas e empresários do estado. Segundo o estudo, divulgado na manhã desta terça-feira (28), a indústria e a agropecuária terão uma expansão de 4,5%. O setor de serviços, por sua vez, vai avançar 2,4%.
Com relação ao desempenho da indústria, o relatório da Fieb diz que o resultado será determinado principalmente pelo bom desempenho da indústria de transformação, com alta expressiva do segmento de refino de petróleo.
O setor da construção civil, cuja alta estimada é de 4,4%, seguirá a tendência de crescimento do ano de 2021, mas desacelerando em função do aumento dos custos do setor e do aumento das taxas de juros para financiamento, além do já elevado nível de lançamento de imóveis nos últimos dois anos. A indústria extrativa, por sua vez, apresentará queda de produção por conta de uma base de comparação elevada, que apresentou crescimento 7,2% em 2021.
Já a agropecuária, aponta o estudo, apresentará bons resultados em 2022, em função de nova safra recorde de grãos, 11,16 milhões/t (+6,2% em comparação com a safra de 2021). A atividade de serviços está em processo de recuperação, mas sem ainda apresentar alta expressiva.
O comércio deve encerrar o ano em estabilidade, o mesmo acontecendo com os serviços de administração, defesa e saúde e educação públicas. “Apenas os serviços (stricto sensu) monitorados pela Pesquisa Mensal de Serviços (Famílias, Transportes, Comunicações, etc.) devem apresentar bom desempenho neste ano. Dessa forma, a atividade de Serviços deverá crescer 2,4% em 2022”, diz o estudo.
Preocupação
Apesar das previsões positivas quanto à recuperação da economia baiana, o estudo da Fieb diz que o resultado não pode ser comemorado, uma vez que está “muito aquém das necessidades econômicas e sociais da sociedade baiana”. “A evolução do PIB nos últimos 10 anos evidencia que a economia do estado está travada, com sérios obstáculos ao crescimento”, afirma o relatório, aprontando ainda que com a estimativa para 2022, no acumulado de 10 anos, o PIB da Bahia terá crescido somente 0,5%, ou seja, crescimento anual de 0,05%.
“O PIB da Bahia é ainda muito baixo para o tamanho de sua população, por isso seu crescimento é condição necessária para o desenvolvimento. Dessa forma, não pode haver melhora significativa da qualidade de vida da população, mesmo com uma intensa política de distribuição de renda”, afirma o relatório.
A Fieb mostra ainda, apenas para ilustração, que considerando a Bahia como um país, o PIB per capita do estado seria menor do que países como Azerbaijão, Albânia, Cuba, Butão, Iraque, El Salvador e Bolívia.
“Esse ‘país’ Bahia estaria na 152ª posição, de um total de 229 países pesquisados pela agência de inteligência americana. Cumpre registrar que o PIB per capita da Bahia é um dos menores do Brasil, com 56% da média do PIB per capita brasileiro, ocupando a 20ª colocação em 2019 de um total de 26 estados mais o Distrito Federal”, conclui o relatório.