A quebra da safra de cacau na Bahia está gerando preocupação entre os produtores. A safra temporã, que deveria ser colhida entre maio e setembro, sofreu atrasos e foi drasticamente reduzida. O que está acontecendo? A combinação de clima desfavorável e doenças fúngicas, como a vassoura-de-bruxa e a podridão parda, devastou plantações.
Em Uruçuca, agricultores enfrentaram perdas de até 60%. Já em Ilhéus, a situação foi ainda pior, com perdas de até 80% em algumas áreas.
As chuvas intensas e as baixas temperaturas criaram o ambiente perfeito para a proliferação dessas doenças, ampliando os danos. Com a produção intermediária comprometida, as esperanças agora recaem sobre a colheita principal, que vai de outubro a abril.
Em entrevista à revista Globo Rural, Ricardo Gomes, gerente de desenvolvimento territorial do Instituto Arapyaú, disse que a cada lote colhido de cacau na Bahia, dois terços estão impactados pela presença da podridão parda. Considerando o efeito da podridão e da vassoura-de-bruxa, ele calcula que produção temporã no Estado pode ter uma redução de 30%.
Mas esse percentual de perdas pode até dobrar na visão de Adilson Reis, analista especializado no mercado de cacau. “No último trimestre do ano passado, o volume de precipitação em áreas produtoras da Bahia foi de 47 milímetros a cada mês, muito abaixo do ideal, que seria de 100. Acredito que a safra temporã pode cair até 60% em relação ao ano passado, e provavelmente teremos a pior colheita da história”, afirma.
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