No Dia da Consciência Negra, celebrado nesta quarta-feira (20), a filósofa e escritora Djamila Ribeiro — referência nacional e internacional no debate sobre raça, gênero e direitos humanos — reforçou a importância de diferenciar preconceito de racismo, tema central em suas pesquisas e obras.
Segundo Djamila, o preconceito é “individual: uma opinião, um julgamento, uma ideia enviesada”. Já o racismo é “estrutural: um sistema que organiza quem tem porta aberta e quem precisa arrombar janela para existir”.
A intelectual lembra que o preconceito fere, mas o racismo impede — acesso, oportunidades, voz, segurança, mobilidade e até o direito de sonhar. Esse impacto é ainda maior sobre mulheres negras, atravessando carreira, maternidade, renda e escolhas cotidianas que, para outras pessoas, parecem simples.
Em uma fala publicada nesta data, Djamila afirma:
“Combater preconceito é importante, claro que é.
Mas combater o racismo exige mais: exige transformar estruturas, rever comportamentos, repensar privilégios.
E isso não é sobre culpar indivíduos, mas reconhecer que existe um sistema que beneficia uns e prejudica outros.”
Trajetória de Djamila Ribeiro
Nascida em Santos (SP), Djamila Ribeiro é filósofa, mestre em filosofia política pela Unifesp, escritora premiada, colunista, ex-secretária adjunta de Direitos Humanos e uma das vozes mais influentes do feminismo negro contemporâneo.
É autora dos best-sellers “Pequeno Manual Antirracista”, “Lugar de Fala”, “Quem Tem Medo do Feminismo Negro?”, entre outros.
Também coordena a Coleção Feminismos Plurais, projeto editorial que democratiza o acesso ao conhecimento antirracista, e já foi reconhecida pela BBC, ONU, Forbes e pelo Financial Times como uma das líderes mais influentes do mundo.
Djamila reforça que, no Dia da Consciência Negra, “não basta postar”: é preciso olhar para as estruturas que continuam excluindo, para oportunidades que não chegam e para espaços que ainda não são para todos.
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