A operadora de planos de saúde Hapvida encerra 2025 sob forte instabilidade financeira e institucional. Envolvida em um processo no Supremo Tribunal Federal (STF) por não garantir atendimento a professores do interior do Amazonas — apesar de contrato firmado para esse fim —, a empresa enfrenta agora uma nova turbulência: a mudança em sua liderança executiva.
Na última segunda-feira (22), a companhia anunciou ao mercado que o médico Jorge Pinheiro, filho do fundador Cândido Pinheiro, deixará o cargo de CEO. O comunicado, no entanto, não esclareceu quando a transição será efetivada, o que aumentou a apreensão entre investidores.
Para o comando da operadora foi indicado Luccas Augusto Adib, atual diretor financeiro. A escolha, contudo, surpreendeu o mercado. A expectativa era de que o vice-presidente do grupo, Alain Benvenuti, assumisse a presidência. Benvenuti, entretanto, recusou a posição e deixará o cargo de vice, que deverá ser ocupado por uma executiva da própria companhia.
Nos bastidores, investidores relatam que Benvenuti pediu renúncia por ocupar um cargo estatutário — condição que o torna legalmente responsável por eventuais passivos da empresa, inclusive patrimoniais, em meio ao agravamento da crise da operadora.
A troca no alto escalão foi recebida com desconfiança, especialmente no Amazonas, onde a Hapvida presta serviços a servidores públicos da Prefeitura de Manaus, do Governo do Estado e a trabalhadores de empresas do Polo Industrial da Zona Franca.
O anúncio ocorre após um ano especialmente negativo para os acionistas. Em 2025, as ações da Hapvida acumulam queda de 56,8%, pressionadas por resultados financeiros abaixo do esperado, elevado consumo de caixa e dúvidas sobre a capacidade da companhia de capturar as sinergias prometidas após a incorporação da Intermédica. Nos últimos meses, instituições como JP Morgan, Itaú BBA e BTG Pactual rebaixaram suas recomendações para os papéis da empresa.
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Trabalho de Mãe Carmen serviu de inspiração para o projeto Agô Bahia.























