As vendas do varejo na Bahia seguiram em queda em outubro (-0,9%) em relação ao mês anterior, na série livre de influências sazonais. Foi o quarto recuo consecutivo no volume de vendas do varejo baiano, que já havia sido negativo, nessa comparação, em julho (-1%), agosto (-0,6%) e setembro (-0,9%). Nesse confronto, o varejo baiano acompanhou o desempenho negativo do país como um todo (-0,9%) e de 22 dos 27 estados. De setembro para outubro, as vendas do comércio caíram mais em Roraima (-5,2%) e Alagoas (-4,5%) e tiveram seus melhores resultados em Rondônia (1,3%) e Minas Gerais (2,1%). Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada hoje pelo IBGE.
Frente ao mesmo mês do ano passado, em outubro as vendas na Bahia voltaram a cair (-2,1%), depois de quatro altas consecutivas. Nessa comparação, o estado se descola do desempenho nacional (+2,5%) e acompanha outras sete unidades da Federação que também apresentaram recuo – com destaque para as quedas do varejo em Goiás (-10,5%) e na Paraíba (-9,1%).
Por outro lado, em relação a outubro de 2016, o varejo teve seus melhores resultados em Santa Catarina (13,7%) e Rondônia (14,4%).
As vendas do varejo baiano seguem em queda no acumulado no ano de 2017 (-1,5%) e nos 12 meses encerrados em outubro (-2,9%). Ambos os resultados são bem piores que a média nacional (+1,4% e +0,3% respectivamente). Embora mostrem uma tendência de desaceleração do ritmo de perdas desde o início de 2017, os dois indicadores se mantêm negativos no estado há bastante tempo: o volume de vendas acumulado no ano cai desde janeiro de 2015; e, nos 12 meses, os resultados são negativos desde maio de 2015. Dos 27 estados, 11 apresentam queda nas vendas do varejo no acumulado de 2017 e 14 seguem com resultados negativos para o acumulado em 12 meses.
Setor de automóveis e material de construção cresce
Na Bahia, as vendas do comércio varejista ampliado – que engloba o varejo e as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção – cresceram 1,7% na comparação outubro 17/ outubro 16. Apesar de inferior ao desempenho de setembro (7,1%) e abaixo da média nacional (7,5%), o resultado do varejo ampliado baiano foi melhor que o do varejo restrito (-2,1%).
Tanto as vendas de veículos, motocicletas, partes e peças (7,7%) quanto as de material de construção (14,8%) cresceram em outubro, na Bahia – ainda que num menor ritmo, sobretudo no caso dos veículos, que vinham de uma alta de 20,1% em setembro. Ambos os setores seguem com aumentos consecutivos na vendas desde maio.
Com o resultado de outubro, as vendas do varejo ampliado no estado se mantêm no positivo no acumulado no ano de 2017 (0,3%) e reduziram ainda mais o ritmo de perda no acumulado em 12 meses, chegando a -1,1% em outubro (frente a -2,2% nos 12 meses encerrados em setembro).
Hiper e supermercados têm o pior desempenho da série histórica
Em relação ao mesmo mês do ano passado, em outubro/17, na Bahia, apenas 2 das 10 atividades do varejo e varejo ampliado tiveram resultados negativos: hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-19,6%) e combustíveis e lubrificantes (-1,7%). Entretanto, como são os setores de maior peso na estrutura do comércio varejista no estado, tiveram força o suficiente para levar ao recuo (-2,1%) no volume de vendas do mês.
Os hiper e supermercados, que representam por volta de 40% do comércio na Bahia, continuam exercendo a principal pressão de baixa e tiveram, em outubro (-19,6%), o maior recuo nas vendas de toda a série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio (iniciada para esse indicador em 2001).
Ao contrário do que ocorre no país em geral, onde os resultados seguem positivos desde junho deste ano, as vendas dos hiper e supermercados na Bahia apresentam quedas consecutivas desde maio de 2015, sem mostrar sinal de redução no ritmo de recuo. Em 2017, já acumulam perdas de 13,7%.
Por outro lado, o que segurou a queda nas vendas do varejo baiano em outubro, mais uma vez, foi o desempenho positivo dos setores de móveis e eletrodomésticos (33,5%); e dos outros artigos de uso pessoal e doméstico (12,7%). Ambos seguem com vendas em alta, apesar de num ritmo menor que o registrado em setembro, quando os crescimentos foram de 47,1% e 21,0% respectivamente. O volume de vendas de móveis e eletrodomésticos cresce de forma bem intensa desde março deste ano e já tem uma expansão acumulada de 25,3% no ano de 2017.
Já as vendas dos outros artigos de uso pessoal e doméstico estão em alta desde maio e já acumulam expansão de 7,0% no ano. Essa atividade reflete as compras em lojas de departamento e parte expressiva do varejo eletrônico (grandes sites de vendas).