O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, ficou em 0,18% na Região Metropolitana de Salvador (RMS) em fevereiro. O índice desacelerou em relação a janeiro (0,37%) e foi o menor IPCA para um mês de fevereiro, na RMS, em 17 anos – desde 2002 (0,14%). Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE.
O IPCA de fevereiro na RMS ficou também abaixo da média nacional (0,43%) e foi o 3º menor entre as 15 áreas onde houve alta na inflação oficial no mês, acima apenas das regiões metropolitanas de Curitiba (0,18%) e Porto Alegre (0,15%). Em fevereiro, Brasília foi a única área a apresentar deflação (-0,18%).
Com o resultado de fevereiro, o IPCA na RMS acumula alta de 0,55% nos dois primeiros meses de 2019, a menor inflação para esse período desde o início do Plano Real, em 1994. No país como um todo, o índice acumulado neste ano está em 0,75%.
Nos 12 meses encerrados em fevereiro, a inflação acumula alta de 3,68%, desacelerando em relação aos 4,06% registrados nos 12 meses encerrados em janeiro e também abaixo da média nacional nessa comparação (3,89%).
Gastos com educação aumentam um pouco mais
Dentre os nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA, cinco apresentaram recuos em fevereiro, na Região Metropolitana de Salvador. A inflação do mês foi resultado, sobretudo, dos aumentos nos gastos com Educação (4,66%) e Habitação (0,37%).
A pressão inflacionária do grupo Educação em fevereiro é sazonal e esperada, uma vez que é nesse mês que se capta a quase totalidade dos aumentos dos cursos regulares. Entretanto, na RMS, a variação de 2019 (4,66%) foi um pouco maior que a de 2018 (4,03%), indicando uma aceleração no aumento dos gastos com educação.
Inflação de fevereiro sofreu forte influência da alta sazonal no grupo Educação (4,66%)
O aumento médio do grupo Educação na RMS foi o segundo maior entre as 16 áreas pesquisadas, abaixo apenas do verificado em Aracaju (5,93%), e ficou acima da média nacional (3,53%). O quadro a seguir mostra as variações do grupo por região e para o Brasil, em fevereiro de 2019.
Na RMS, dentre os níveis de ensino, a educação infantil teve o maior aumento (9,24%), mas o maior impacto no IPCA como um todo veio do ensino fundamental (8,68%), que foi, individualmente, o item que mais elevou o índice de fevereiro. O ensino superior (4,16%) e o ensino médio (7,60%), vieram a seguir, em termos de pressão inflacionária.
Entre os gastos com Habitação, a principal influência veio da energia elétrica (2,21%), que voltou a subir depois de cinco meses seguidos em queda (desde setembro de 2018).
Por outro lado, com quedas médias nos preços, os grupos Transportes (-0,39%) e Vestuário (-0,41%) foram os que mais contribuíram para segurar a inflação de fevereiro, na RMS.
Alimentação fora de casa teve, em fevereiro, a primeira deflação (-0,31%) depois de cinco meses de altas seguidas
Dentre os gastos com transportes, a principal influência veio das passagens aéreas (-14,73%), item que, individualmente, mais puxou o IPCA da RMS para baixo. Mas os combustíveis (-0,47%) também tiveram contribuição importante, com quedas no etanol (-1,82%) e na gasolina (-0,37%).
O vestuário, por sua vez, teve a segunda deflação seguida e acumula queda de 0,55% no ano. As principais influências em fevereiro vieram das variações negativas das joias e bijuterias (-2,38%) e das roupas (-0,23%).
Alimentação
Os gastos com Alimentação e Bebidas, que têm o maior peso médio no orçamento das famílias, também apresentaram recuo médio em fevereiro (-0,4%), após cinco meses de altas seguidas (desde setembro de 2018).
A alimentação fora de casa foi uma das principais influências, com a primeira deflação (-0,31%) também depois de cinco meses consecutivos de aumentos. Mas outros produtos importantes consumidos em casa também tiveram quedas em fevereiro, na RMS, como a farinha de mandioca (-8,73%), o frango inteiro (-3,12%) e a laranja- pera (-7,7%).