O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, ficou em 0,01% na Região Metropolitana de Salvador (RMS), em junho, desacelerando mais uma vez. Havia sido de 0,83% em abril e 0,11% em maio. Foi, até agora, a menor inflação deste ano, ficou significativamente abaixo do índice de junho de 2018 (0,86%) e foi o menor IPCA para um mês de junho, na RMS, desde 2011, quando o indicador havia sido de 0,00%. Os dados são do IBGE.
O índice de junho na RMS foi o mesmo do país como um todo (0,01%) e a menor variação positiva entre as 16 áreas pesquisadas separadamente. A inflação do mês foi maior em Vitória/ES (0,54%) e nas regiões metropolitanas de Fortaleza/CE (0,26%) e Curitiba/PR (0,21%). Por outro lado, sete áreas tiveram deflação em junho, sendo as mais intensas na RM Porto Alegre /RS (-0,41%), em São Luís/MA (-0,24%) e Rio Branco/AC (-0,14%).
as passagens aéreas (25,64%) foram o item que, individualmente, mais puxou para cima o IPCA de junho
Já no acumulado nos 12 meses encerrados em junho, a inflação na RMS desacelerou mais uma vez, indo a 3,33%, frente aos 4,21% registrados nos 12 meses encerrados em maio, e ficando discretamente abaixo da média nacional (3,37%).Com o resultado de junho, o IPCA na RMS acumula alta de 2,28% no primeiro semestre de 2019. No país como um todo, o índice acumulado neste ano está em 2,23%.
Deflações em alimentação e moradia
Dentre os nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA, quatro apresentaram altas em junho, na Região Metropolitana de Salvador: Saúde e cuidados pessoais (0,89%), Despesas pessoais (0,43%), Transportes (0,38%) e Educação (0,24%).
Com o maior aumento médio, os gastos com saúde (0,89%) exerceram a principal pressão inflacionária no mês, sob influência maior do produtos e serviços relacionados aos cuidados pessoais (1,78%), mas com alta também nos serviços de saúde (0,44%). As altas de itens como perfume (2,02%) e plano de saúde (0,74%) foram as mais importantes nesse grande grupo de despesas.
Com a terceira maior alta e a segunda maior contribuição para o IPCA de junho na RMS, os gastos com Transportes (0,38%) foram fortemente pressionados pelo aumento das passagens aéreas (25,64%). Além de terem registrado a maior inflação do mês na RM Salvador, as passagens de avião foram o item que, individualmente mais puxou para cima o IPCA do mês.
Com os resultados do mês, o IPCA na RMS acumula alta de 2,28% no primeiro semestre de 2019 e chega a 3,33% no acumulado em 12 meses
Por outro lado, dentre os cinco grupos de despesas em queda em junho, Alimentação e bebidas (-0,43%) e Habitação (-0,43%) foram os que mais contribuíram para a desaceleração da inflação na RMS.
A deflação dos alimentos foi a segunda registrada neste ano e teve maior influência dos produtos consumidos em casa (-0,60%), com recuos importantes em itens como tomate (-15,01%), feijão-carioca (-11,77%), ovo de galinha (-9,44%) e leite em pó (-2,81%).
Apesar disso, alguns produtos do dia a dia ainda estiveram entre as maiores pressões inflacionárias do mês, como a cebola (17,89%) e o frango em pedaços (4,77%).
Dentre os gastos com habitação, o recuo da energia elétrica (-4,18%) foi o mais importante. Foi também o item que, individualmente, mais contribuiu para conter a inflação de junho na RM Salvador. Isto se deveu, sobretudo, à vigência da bandeira tarifária verde, sem cobrança adicional para o consumidor.