O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), calculado pelo IBGE, ficou em -0,54% na Região Metropolitana de Salvador (RMS), em maio, bem abaixo do registrado em abril (0,09%) e do que o índice de maio de 2019 (0,31%). Foi o menor IPCA-15 para um mês de maio, na RMS, em 20 anos, desde que se iniciou a série histórica regional para o índice, em 2000. Considerando-se todos os meses do ano, foi a maior deflação em cerca de uma década, desde agosto de 2010, quando o IPCA-15 da RM Salvador ficou em -0,55%.
O IPCA-15 funciona como uma prévia da inflação oficial do mês, refletindo os preços coletados entre 15 de abril e 14 de maio. O índice de maio na RM Salvador (-0,54%) ficou um pouco acima do verificado no país como um todo, onde houve deflação de -0,59%, a maior medida pelo IPCA-15 desde o início do Plano Real, em julho de 1994.
Todas as 11 áreas contempladas pelo IPCA-15 tiveram deflação em maio. A Região Metropolitana de Curitiba/PR (-1,12%), o município de Goiânia (-0,81%) e a RM Belo Horizonte/MG (-0,70%) mostraram as maiores quedas. As RMs Fortaleza/CE (-0,23%), Recife/PE (-0,35%) e Rio de Janeiro/RJ (-0,39%) tiveram as menores deflações.
Apesar do resultado de maio, o IPCA-15 da RM Salvador ainda acumula alta de 0,62% nos cinco primeiros meses de 2020, mantendo-se acima do índice do Brasil como um todo (0,35%), mas desacelerando em relação ao acumulado até abril (1,16%).
Nos 12 meses encerrados em maio, o índice chegou a 1,77%, mantendo trajetória de desaceleração em relação ao mês anterior (o acumulado havia sido de 2,64% nos 12 meses encerrados em abril) e ainda abaixo do índice nacional (1,96%).
O quadro a seguir mostra os principais resultados do IPCA-15 de maio para o Brasil e cada uma das áreas pesquisadas.
Combustíveis e passagens aéreas
O resultado do IPCA-15 de maio na Região Metropolitana de Salvador (-0,54%) foi bastante concentrado no recuo médio dos preços de três dos nove grupos grupos de produtos e serviços que formam o IPCA-15: transportes (-4,71%), vestuário (-1,29%) e educação (-0,06%).
Por outro lado, os aumentos em alimentação e bebidas (1,38%) e saúde e cuidados pessoais (0,25%) foram as principais pressões inflacionárias na prévia de maio, na RMS.
A intensa queda média nos preços do grupo transportes (-4,71%) foi fortemente influenciada pelos combustíveis (-13,55%), com recuos relevantes na gasolina (-13,98%), no etanol (-12,81%) e no diesel (-7,58%); e pelas passagens aéreas (-23,87%), que tiveram a maior deflação dentre todos os itens pesquisados para formar o IPCA-15.
Já o recuo no grupo vestuário (-1,29%), o quinto seguido neste ano de 2020, segundo o IPCA-15, foi puxado pelas roupas (-1,79%), sobretudo as femininas (-2,57%) e masculinas (-1,82%).
Entre as altas na prévia de maio, a alimentação (1,38%), embora tenha mostrado desaceleração em relação a abril (quando havia aumentado 1,51%), manteve a maior variação entre os grupos. A principal influência veio mais uma vez dos alimentos consumidos no próprio domicílio (1,88%), embora a alimentação fora, que inclui os serviços de delivery, também tenha aumentado (0,11%).
Dentre os itens consumidos em casa, a cebola (38,40%), a batata-inglesa (30,50%) e o alho (20,81%) se destacaram. Foram os três produtos que mais aumentaram no IPCA-15 de maio na RM Salvador e também os que mais seguraram a queda no índice geral.