Por Tatiany Carvalho*
Ela era uma negra imponente. Usava um turbante de estampa africana que anunciava sua ancestralidade. Ao se apresentar para o público em um evento de networking, disse seu nome e mostrou os acessórios que confeccionava. Os brincos e colares feitos em crochê me chamaram a atenção não só por sua beleza, mas pela forte referênciaidentitáriacom a cultura africana, que tem uma grande conexão com a nossa gente afrodescendente. Mas, a empreendedora não sabia explorar este diferencial em sua marca pessoal. O que poderia ser um símbolo de empoderamento e resistência para suas clientes, ganhava ares de um acessório “fotinho”, segundo a descrição que fez em seu pitch de vendas.
Eu quase entrei em estado de choque ao presenciar a cena. A artesã estava diante de uma audiência 90% feminina, a maioria pessoas negras e com possibilidade de se tornarem clientes. Esse é um caso verídico que, certamente, deve ser muito comum entre os que empreendem. Não se trata apenas de desconhecer como posicionar corretamente seus produtos e serviços no mercado. Mais do que mostrar o que você faz, é muito importante você pensar estrategicamente sua comunicação. E, afirmo sem dúvida alguma, a técnica de copy será sua grande aliada.
O copywritting, ou copy, é o processo de produção de textos persuasivos para ações de marketing e vendas. Além de uma comunicação simples e clara – que pode estar carregada de afeto ou não -, sua mensagem precisa ter intencionalidade. Ou seja: o que você diz sobre você, seu serviço ou sua arte precisa despertar no público uma ação que esteja alinhada ao objetivo que você quer alcançar, quer seja ser mais conhecido ou aumentar suas vendas, por exemplo.
O copywritting, ou copy, é o processo de produção de textos persuasivos para ações de marketing e vendas
A artesã da arte em crochê poderia ter feito uma apresentação muito mais marcante se: anunciasse a fonte de inspiração para suas criações; batizasse sua coleção com um nome que fizesse referência às mulheres guerreiras – sabemos que empreender no Brasil precisa de garra e determinação; comunicasse o sentimento que suas peças despertam na composição de looks, como altivez, força, diferenciação, dentre outras referências.
O copy desperta no público uma ação – que você definiu previamente em sua estratégia. Uma mensagem com copy conduz o leitor. Portanto, antes de escrever suas legendas nas mídias sociais, planeje seu texto. Evite improvisações e autopromoção aleatória. Seja intencional e estratégico. Seu público precisa saber o que você faz. Mas, sua comunicação também deve despertar uma emoção nas pessoas e ser orientada para uma ação. Isso é copy.
Não poderia finalizar este texto sem mencionar o quanto é importante você, empreendedor, que diz ter um serviço ou produto diferenciado, saber contar qual a sua história de marca pessoal. Isso é branding. Um dos pensadores mais influentes em liderança, Simon Sinek, afirmou: “Pessoas não compram o que você faz. Elas compram o porquê você faz”. Isso significa que, antes de falar do produto, mostre o propósito. Seja inspirador.
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- Geisa Moncorvo tem um sexshopque alia em sua comunicação mensagens de autoestima e prazer. A estrutura de copy que ela aplica em suas mensagens desperta desejo, ao mesmo tempo em que o público se diverte com a comicidade aplicada no tom de voz de sua marca. Vale a pena visitar o perfil no Instagram, independentemente de sua orientação sexual. Só vai: @geisamsexshop
(*) Sou jornalista e consultora de comunicação. Falo sobre #branding #inovacao #comunicacaodigital #marcas.
E-mail: tatiany@frenteeverso.com
Instagram/@eutatianycarvalho