O estudo de uma linha de crédito na modalidade Empréstimo do Governo Federal (EGF), voltada ao algodão, foi um dos tópicos da pauta apresentada pelo assessor especial do Mapa, Carlos Ernesto Augustin (Teti), em evento realizado no último dia 24 de outubro, em Luís Eduardo Magalhães/BA. A proposta, que ainda está em desenvolvimento, deverá ser operada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e prevê financiamento de até R$ 20 milhões por produtor, pelo período de 12 meses, com taxa de até 14% ao ano, através da emissão de títulos como Cédula de Produto Rural Financeira (CPR-F). Na ocasião, o assessor especial também detalhou programa Caminho Verde Brasil, com foco no financiamento para a recuperação de pastagens degradadas e fomento à agricultura sustentável. A Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) esteve presente ao evento e avalia como positivas as iniciativas. A Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) e de entidades do setor da região do Matopiba também participaram do encontro.
O Empréstimo do Governo Federal (EGF) é uma linha de crédito de curto prazo criada para financiar a estocagem de produtos agropecuários, evitando assim que o produtor tenha que vender a safra quando o mercado está depreciado, como o que ocorre neste momento. “Toda iniciativa que contribua para dar fôlego ao produtor num momento de retração dos preços internacionais é bem-vinda. O algodão é uma cultura de ciclo longo, de alto investimento e com forte exposição ao mercado externo — portanto, linhas de crédito específicas, com prazos e condições adequadas, são fundamentais para preservar o alto investimento e garantir o cumprimento dos compromissos da cadeia”, pondera a presidente da Abapa, Alessandra Zanotto Costa.
De acordo com Alessandra, a medida pode ser um “alívio” no curto prazo. “Mas também reforça a necessidade de seguirmos com políticas que fortaleçam a competitividade do setor, como logística mais eficiente, seguro rural robusto e previsibilidade regulatória. É esse conjunto que sustenta a resiliência da nossa cotonicultura no médio e longo prazo”, conclui.
Caminho Verde Brasil
Já o Programa Caminho Verde Brasil, também uma iniciativa do Governo Federal, tem como objetivo recuperar pastagens degradadas, evitando a abertura de novas áreas. Para isso, disponibiliza linhas de crédito com juros abaixo do mercado para produtores que adotem compromissos ambientais, como desmatamento zero e balanço positivo de carbono. O assessor especial do Mapa, Carlos Ernesto Augustin (Teti), explicou que o programa já conta com R$ 30 bilhões em recursos disponíveis e outros R$ 10 bilhões previstos em parceria com o governo japonês, que deverão ser operados por bancos credenciados.
“Nenhuma outra região do país trabalha com tanto comprometimento na gestão da água e na conservação ambiental quanto o Oeste da Bahia. Essa é uma vitrine de boas práticas, com Áreas de Proteção Permanentes (APPs) preservadas, cobertura de solo e uso racional dos recursos hídricos. Nosso objetivo é que o produtor brasileiro amplie a produção com critérios sólidos de sustentabilidade e conquiste novos mercados para produtos ambientalmente responsáveis”, disse.
“A sustentabilidade é um dos pilares da Abapa. Ver o Mapa alinhado com essa visão mostra que estamos no caminho certo. Há 25 anos trabalhamos para provar que é possível produzir com responsabilidade ambiental e gerar desenvolvimento para toda a região”, destacou Alessandra Zanotto Costa.
O presidente da Aiba, Moisés Schmidt, destacou que o modelo produtivo do Oeste baiano alia inovação, responsabilidade ambiental e impacto social positivo. “Hoje somos um modelo de agricultura regenerativa, sustentável e replicável. O produtor baiano é, ao mesmo tempo, gerador de alimentos e guardião ambiental — preserva a vegetação nativa, recupera nascentes e produz com responsabilidade. Aonde o agro chega, os indicadores sociais melhoram. Municípios do Matopiba, antes marcados por baixos índices de desenvolvimento, hoje apresentam avanços expressivos em educação, saúde e renda. O agro é vetor de inclusão, oportunidade e ascensão social”, finalizou.
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