O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, ficou em 0,62% na Região Metropolitana de Salvador, em julho. O resultado – divulgado pelo IBGE – teve discreta desaceleração em relação a junho, quando o índice havia sido de 0,68%, mas ficou bem acima da variação de julho de 2019 (-0,14%). Foi a maior inflação para um mês de julho, na RMS, desde 2016, quando o IPCA havia sido de 0,92%.
A inflação de julho na RMS foi maior também que a verificada no país como um todo (0,36%) e a 4ª mais elevada dentre os 16 locais investigados pelo IBGE. No mês, Rio Branco/AC (0,75%), Campo Grande/MS (0,73%) e a RM Belém/PA (0,72%) tiveram os maiores índices, enquanto Vitória/ES (0,21%), RM São Paulo/SP (0,24%) e RM Rio de Janeiro/RJ (0,24%) registraram as menores variações.
Com o resultado de julho, o IPCA da RMS acumula alta de 1,34% no ano de 2020, mostrando importante aceleração nesse indicador frente ao primeiro semestre (0,72%). A alta de janeiro a julho está bem acima, ainda, do verificado no Brasil como um todo (0,46%). Nos 12 meses encerrados em julho, a inflação acumulada na RMS também acelerou para 3,13% (frente a 2,35% no acumulado até junho) e se manteve acima do índice nacional (2,31%).
Carnes, gasolina e energia elétrica
A inflação de julho na RMS foi resultado de aumentos verificados em seis dos nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA. No mês, vestuário (-0,94%), educação (-0,21%) e despesas pessoais (-0,11%) tiveram variações negativas. Os preços do grupo alimentação e bebidas aceleraram em relação a junho, tiveram o maior aumento médio em julho (1,34%) e voltaram a ser a principal pressão inflacionária na RMS.
A alimentação no próprio domicílio seguiu com a alta mais importante (1,56%), mas os custos de comer fora (inclusive delivery) também tiveram contribuição significativa para a inflação do mês, com um aumento de 0,76%.
Dentre os alimentos consumidos em casa, o destaque ficou com as carnes em geral (7,73%), com forte influência dos preços da costela (11,30%), do chã de dentro (8,95%) e da alcatra (9,72%). Na alimentação fora, os lanches (1,41%) seguiram com a principal contribuição para o IPCA do mês.
Puxado pela alta da energia elétrica (3,32%), os preços do grupo habitação tiveram o terceiro maior aumento no mês (1,10%), também mostrando aceleração frente a junho, e deram a segunda maior contribuição para o IPCA na RMS. A variação da energia refletiu o reajuste que passou a valer em 1º de julho.
Além dos alimentos e dos custos de moradia, os combustíveis (4,22%) também aumentaram de forma importante em julho e puxaram a alta do grupo transportes (0,77%). A gasolina (4,04%) foi o item que, individualmente, mais contribuiu para a inflação do mês da RMS. Mas etanol (5,05%) e diesel (6,06%) também mostraram altas significativas.
Dos três grupos de produtos e serviços em deflação, vestuário (-0,94%) foi o que mais contribuiu para segurar o IPCA de julho, na RMS. O grupo mostra quedas de preços seguidas desde abril, com deflação acumulada de -6,68% no ano.
Apesar disso, os itens que individualmente mais puxaram a inflação de julho para baixo, na RMS, foram todos alimentos ou do grupo transportes, liderados pela batata-inglesa (-17,83%), pelo tomate (-16,18%) e pelo seguro de veículo (-4,95%).