A Bahia contabilizou, no primeiro quadrimestre de 2022, a abertura de 67.190 empresas, numa média de 560 novos negócios por dia. É uma quantidade 0,54% menor do que a observada de janeiro a abril de 2021, mas representa uma alta de 7,43% sobre o último quadrimestre do ano passado. Os números são do boletim “Mapa de Empresas”, divulgado nesta segunda-feira (6) pelo Ministério da Economia.
O boletim mostra ainda que, no mesmo período, foram fechadas 27.193 empresas em todo o estado, alta de 27,62% sobre o primeiro quadrimestre de 2021 e de 14,8% na comparação com o último quadrimestre do ano passado. Os resultados revelam um saldo positivo de 39.997 empresas abertas este ano em todo o estado, com um número total de 958.462 empresas ativas atualmente.
O Mapa de Empresas é uma ferramenta com indicadores sobre o quantitativo de empresas registradas no País e o tempo médio necessário para a abertura de negócios. O administrador de empresas Rui Montenegro Cardoso usou parte de sua rescisão trabalhista para abrir uma franquia na área de limpeza no último mês de março.
“Fui demitido em novembro do ano passado. Analisei bastante o mercado e com a retomada da atividade econômica resolvi então empreender. Estudei bem este mercado, investi cerca de R$ 100 mil no negócio e espero ter o retorno do investimento dentro de um ano. Torcer para que a economia continue nessa retomada”, diz ele, que trabalha ao lado da esposa e conta com dois funcionários.
“Os primeiros dois meses de funcionamento da empresa foram bem promissores. Estou animado e certo de que fiz a decisão correta”, conta ele, que critica o excesso de burocracia para a abertura de uma empresa no estado. “É muito tempo gasto, perdido. Esse processo podia ser bem mais simples, principalmente para os pequenos empresários, que não contam com muitos recursos”, afirma.
Burocracia
De acordo com o Mapa de Empresas, o tempo para abertura de empresas no país é hoje, em média, de um dia e 16 horas, um recorde na série histórica, com queda de 8 horas (16,7%) em relação ao terceiro quadrimestre de 2021, além de queda de 1 dia e 13 horas (48,1%) em relação ao mesmo período em 2021.
Sergipe foi a unidade da Federação que apresentou o menor tempo de abertura de empresas neste primeiro quadrimestre de 2022: 15 horas, uma queda de 9 horas (37,5%) em relação ao último quadrimestre de 2021. O estado da Bahia, por outro lado, registrou o maior tempo de abertura de empresas no Brasil: 3 dias e 17 horas, ainda assim é uma redução de 1 dia e 5 horas (24,6%) em relação ao último quadrimestre de 2021.
Entre as capitais, destaque para Aracaju, que conquistou o posto de mais ágil entre as capitais para a abertura de um novo negócio, com tempo médio de apenas 8 horas. No outro extremo, Salvador teve o desempenho mais baixo entre as capitais, com tempo de 4 dias e 18 horas em média para abrir um novo negócio, porém com uma queda de 3 horas em relação ao quadrimestre anterior.
Em alguns municípios do interior do estado, a situação é ainda pior. É o caso, por exemplo, de Itamaraju, no Extremo-Sul. Por lá, são necessários 15 dias e 19 horas para abrir uma empresa. Ainda em Itamaraju a análise de viabilidade de endereço (fase na qual o município informa se a atividade econômica pretendida pode ser exercida no local selecionado) leva, inacreditáveis, 14 dias e 17 horas, o maior tempo do país. Para se ter uma ideia, em Pinhais (PR) este processo leva apenas 20 minutos, em Vitória (ES) 29 minutos e em Curitiba (PR) 35 minutos.
“O excesso de burocracia dificulta a vida do empreendedor do Brasil que, muitas vezes, acaba desistindo de seus sonhos. Isso porque, são diversas fases desnecessárias que tomam o tempo, esforço e dinheiro do empresário”, diz a contadora Joilma Consuelo Dias.
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