A Bahia se prepara para receber um dos maiores e mais relevantes projetos privados de restauração ecológica do país. A Carbon2Nature Brasil — joint venture formada pela Neoenergia e pela Carbon2Nature, da espanhola Iberdrola — firmou uma parceria inédita com a Biomas para codesenvolver o Projeto Muçununga, que irá recuperar aproximadamente 1,2 mil hectares de Mata Atlântica no sul do estado.
O investimento total previsto é de R$ 55 milhões, dos quais R$ 27,5 milhões serão aportados diretamente pela Carbon2Nature Brasil. A área corresponde ao equivalente a 1,2 mil campos de futebol, distribuídos entre os municípios de Belmonte, Eunápolis, Guaratinga, Itagimirim, Itapebi, Mascote, Potiraguá e Santa Luzia.
A iniciativa chega em um momento estratégico, às vésperas da COP30, reforçando o protagonismo do Brasil no mercado global de soluções baseadas na natureza e créditos de carbono.
Até 2027, o Projeto Muçununga prevê o plantio de 2 milhões de mudas, abrangendo mais de 70 espécies nativas — um número muito superior ao padrão internacional para programas de restauração. Entre as espécies estão araçá, copaíba, guapuruvu, ipê-amarelo e jatobá, essenciais para recompor corredores ecológicos em uma das regiões mais biodiversas da Mata Atlântica, que hoje conserva apenas 26,2% da vegetação original.
O modelo de negócios será financiado pela futura emissão de créditos de carbono, com expectativa de gerar cerca de 525 mil créditos ao longo de 40 anos, cada um equivalente a 1 tonelada de CO₂ removida da atmosfera.
Além do impacto ambiental, o projeto deve gerar aproximadamente 80 empregos diretos durante sua implantação, ampliando oportunidades econômicas em municípios que dependem de atividades florestais e agropecuárias.
Para a Neoenergia, a parceria reforça compromissos socioambientais e fortalece a atuação da companhia em regiões onde mantém operações estratégicas.
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