Em parceria com o laboratório Cristália, a Fundação Baiana de Pesquisa Científica e Desenvolvimento Tecnológico, Fornecimento e Distribuição de Medicamentos (Bahiafarma) vai produzir em Vitória da Conquista, sudoeste baiano, fármacos para tratamento de tumores (tamoxifeno e capecitabina) e da doença falciforme (hidroxiureia), a fim de atender à demanda do Sistema Único de Saúde (SUS) de todo o país. O investimento estimado é de R$ 20 milhões na instalação da unidade, que deve gerar cerca de 300 postos diretos de trabalho e ter sua produção também destinada à exportação.
O memorando de entendimento para a construção da fábrica foi assinado pela Bahiafarma e pelo laboratório na última segunda-feira. O galpão para instalação da fábrica já foi construído pela administração municipal.”Nossa estimativa é que a unidade esteja funcionando em um ano”, afirmou o governador Rui Costa.
“A subsidiária da Bahiafarma solucionará definitivamente a demanda dos pacientes com anemia falciforme, visto que o mercado brasileiro sofre com irregularidade no abastecimento do medicamento importado”, afirma o secretário da Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas.
Vilas-Boas ressalta que a Bahia registra a maior incidência da doença no Brasil, por se tratar de uma disfunção que atinge principalmente a população negra. “São mais de 4 mil pessoas cadastradas na Fundação de Hemoterapia e Hematologia da Bahia (Hemoba) com a doença, que deve ser diagnosticada logo após o nascimento, por meio do teste do pezinho”, aponta “Estima-se que a cada 650 nascidos vivos um possui a doença e traço falciforme.”
Expansão – O diretor-presidente da Bahiafarma, Ronaldo Dias, destaca que a assinatura do convênio “é mais um passo no processo de expansão da Bahiafarma como um centro indutor de um pólo industrial farmoquímico e biotecnológico no Estado”. “Além de representar a ampliação dessa indústria no Estado, a produção desses medicamentos vai significar, para o SUS, sensível redução de custos para sua aquisição.”
De acordo com o executivo, a hidroxiureia foi introduzida na lista de medicamentos estratégicos na ultima reunião do Grupo Executivo do Complexo Industrial da Saúde (Gecis), o que o coloca como potencial participante do sistema de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) – acordos de transferência de tecnologia entre laboratórios privados e públicos – e o qualifica para compra centralizada por parte do Ministério da Saúde. A Bahiafarma pleiteia que os outros dois medicamentos também passem a integrar a lista de medicamentos estratégicos.
“Além disso, serão criados empregos qualificados no interior da Bahiafarma, haverá domínio local de um processo tecnológico avançado e estratégico e o Estado passará a ter uma nova e importante fonte de receita, contribuindo, ainda mais, para a descentralização do Complexo Industrial da Saúde no País”, ressalta Ronaldo Dias.