O Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher, celebrado mundialmente em 25 de novembro, chegou novamente acompanhado de dados alarmantes no Brasil. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o país registra um caso de estupro a cada seis minutos, número que revela a dimensão estrutural do problema e ressalta a necessidade de políticas contínuas de proteção e enfrentamento às agressões de gênero.
As estatísticas apontam que a violência contra a mulher não é episódica, nem resultado de conflitos isolados — ela se mantém como um mecanismo de controle histórico, sustentado pelo machismo e pelo patriarcado. Mulheres negras permanecem como o grupo mais exposto à violência física, sexual, psicológica e institucional, evidenciando como o racismo potencializa desigualdades e vulnerabilidades.
Especialistas afirmam que a violência doméstica ainda é, muitas vezes, tratada como um “problema de casal”, o que contribui para a invisibilização das vítimas e dificulta denúncias. No entanto, organismos internacionais e nacionais reforçam que se trata de violação de direitos humanos. “Violência contra a mulher não é conflito privado — é uma questão pública, social e política”, alertam organizações que atuam na defesa das mulheres.
A data de 25 de novembro, reconhecida pela ONU, tem como objetivo ampliar o debate público, fortalecer redes de atendimento e incentivar denúncias. Em contextos de agressão, o silêncio pode representar risco de morte, o que torna o acesso à informação e aos canais de proteção uma ferramenta fundamental.
Como buscar ajuda
• Central 180 — atendimento gratuito e 24h em todo o país
• Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher
• Aplicativos de segurança e emergência disponíveis por estado
• Redes de apoio comunitário, juristas e serviços públicos locais
Além de denunciar, especialistas destacam a importância de criar redes de cuidado e acolhimento, garantindo que mulheres se sintam seguras para romper ciclos de violência. A luta por um país mais igual depende de políticas públicas, responsabilização dos agressores e transformação cultural.
A eliminação da violência contra mulheres exige ação contínua — nas instituições, nas ruas, nas escolas, nas empresas e dentro de casa. Enquanto a violência persistir, o 25 de novembro seguirá como um dia de mobilização, memória e resistência.
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