A Ferbasa – líder nacional na produção de ferroligas e única produtora de ferrocromo das Américas – encerrou o exercício de 2023 com um lucro líquido de R$382,9 milhões. Este número representa uma queda de 64% em relação a 2022 (R$1.062,5 bilhão). Já a receita líquida da companhia somou, no ano passado, pouco mais de R$2,435 bilhões, numa retração de 22,4%. Os investimentos, por sua vez, saltaram 26,4% e alcançaram R$328,8 milhões, com destaque para a aquisição de máquinas e equipamentos destinados à metalurgia e mineração, bem como para manutenção do ativo biológico na área de recursos florestais.
A companhia reportou ainda uma produção de 296,6 mil toneladas de ferroligas, em 2023 – uma discreta redução de 1,7% em comparação com 2022. Este desempenho resulta dos recuos de 1,4% nas ligas de cromo e de 2,2% nas ligas de silício. Já as vendas somaram 273,6 mil toneladas de ferroligas,um aumento de 1,4% em relação a 2022.
“O alívio das tensões após o período da pandemia e a redução dos problemas gerados pelo desequilíbrio nas cadeias de suprimentos ao redor do mundo provocaram um movimento de queda nos preços das commodities e ferroligas, no decorrer do ano. Mais recentemente, outros fatores também vieram influenciar este cenário, como a retomada de conflitos bélicos no Oriente Médio, que causou um estrangulamento na logística global dependente do Canal de Suez, e os prejuízos no fluxo das operações no Canal do Panamá, ocasionados por questões climáticas. Ante a essa difícil conjuntura, a Companhia registrou um lucro anual de R$ 383 milhões, reagindo, de certa forma, a um ambiente de negócio que provocou o encurtamento de suas margens”, disse a empresa, em comunicador ao mercado.
A Ferbasa pontuou ainda alguns eventos relevantes ocorridos no mercado de ferroligas mundial, como a expressiva redução no preço do carvão mineral, que favoreceu diretamente o custo da geração de energia elétrica e, consequentemente, de sua utilização no processo metalúrgico. No caso da siderurgia brasileira, o elevado patamar de importação de aços atingiu diretamente o nível de atividade neste segmento.

A EMPRESA
Uma das 10 maiores empresas em operação na Bahia e com um ciclo de produção integrado e verticalizado nas áreas de mineração, metalurgia, recursos florestais e energia renovável, a Ferbasa detém 95% dos recursos nacionais de cromita e mantém como principais produtos de seu portfólio as ligas de ferrocromo alto carbono (FeCrAC), ferrocromo baixo carbono (FeCrBC), ferrossilício (FeSi75), ferrossilício 75 alta pureza (FeSi75 HP) e ferrossilício cromo (FeSiCr), destinadas, principalmente, ao setor siderúrgico e à fabricação de aços inoxidáveis e especiais.
Com 63 anos de atuação, a empresa atende aos mercados interno e externo, principalmente China, Japão, Estados Unidos e União Europeia. Conta hoje com 3.220 colaboradores diretos.
Primeira unidade da empresa, a mineração possui hoje duas unidades de extração de minério de cromo (uma subterrânea e outra a céu aberto), duas minas de quartzo e uma planta voltada à produção de cal virgem, todas localizadas no Centro Norte baiano.
A quase totalidade da produção de minérios é direcionada à unidade metalúrgica, localizada em Pojuca/BA, onde são produzidas as ferroligas nos seus 14 fornos elétricos equipados com filtros de mangas destinados a neutralizar o lançamento de material particulado na atmosfera. Já a área florestal é composta por 64 mil hectares, dos quais 25 mil hectares são de florestas plantadas e renováveis de eucaliptos.
Do ativo florestal, a companhia preserva como reserva de matas nativas mais do que o estabelecido pela legislação (20%), sendo 1.243 hectares de áreas aprovadas como Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) – o que engloba a reserva legal e áreas de preservação permanente.
O Complexo Eólico BW Guirapá, localizado nos municípios de Caetité e Pindaí-BA, soma-se à estratégia de verticalização. Com capacidade instalada de 170 MW, os 7 parques terão sua energia limpa e renovável disponibilizada para atender parte do consumo próprio da Ferbasa a partir de 2034, com o encerramento do atual contrato de fornecimento celebrado com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
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