A Fortal Química, do grupo Formitex, suspendeu suas atividades em Candeias por tempo indeterminado, sufocada pelo tsunami de importações baratas, especialmente da China. A empresa, que produz HPMC (hidroxipropilmetilcelulose), um polímero essencial para indústrias como construção, farmacêutica e alimentícia, não conseguiu mais competir.
A plantada Fortal Química está instalada na cidade de Candeias, com um parque industrial de 100.000 m², situada a 9 km do Porto de Aratu e a 20 km do Polo Petroquímico de Camaçari. Em suas redes sociais, a empresa diz que foi idealizada para “produzir e industrializar sem qualquer prejuízo ao meio ambiente. Não há geração de resíduo industrial em nossa planta. Os subprodutos de reação são beneficiados para se tornarem produtos comerciais consumidos pelos mais variados segmentos”.
O que está acontecendo?
Tem sido difícil concorrer com os asiáticos. Os produtos químicos e petroquímicos importados, no Brasil. saltaram de 21% para 47% do mercado entre 2000 e 2023.
Além disso, tem os incentivos. A China opera com 1.180 programas de subsídios apenas para a indústria química. Aqui, temos o quê? Apenas o Reiq (Regime Especial da Indústria Química).
Para piorar, o custo do gás natural no Brasil beira o absurdo. Enquanto a União Europeia paga US$7 e os EUA, menos de US$2,5 por milhão de BTU, por aqui chega a surreal marca de US$12 a US$14.
Como competir dessa forma? Está claro que, sem uma ação imediata do governo, a indústria química brasileira está com os dias contados.
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