O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, calculado pelo IBGE, ficou em 0,48%, em outubro, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). O indicador acelerou pelo segundo mês consecutivo (havia sido de 0,03% em agosto e de 0,28% em setembro), ficando também acima do verificado em outubro de 2023 (0,29%) na região.
Ainda assim, a inflação de outubro na RMS foi a 5ª mais baixa entre os 16 locais pesquisados separadamente no país e menor do que a registrada no Brasil como um todo, onde o IPCA ficou em 0,56%. Todos os locais tiveram altas no mês, liderados por Goiânia/GO (0,80%), RM Belém/PA (0,78%) e Campo Grande/MS (0,70%). Os menores índices foram os de Aracaju/SE (0,11%) e os das RMs Porto Alegre/RS (0,16%) e Curitiba/PR (0,42%).
Com o resultado de outubro, o IPCA da RMS acumula alta de 3,46% nos dez primeiros meses de 2024. Segue abaixo do índice nacional (3,88%) e é o 4º mais baixo entre os 16 locais pesquisados. Também continua abaixo do registrado no mesmo período de 2023 (3,79%) e é a menor inflação acumulada, na RMS, em quatro anos: desde 2020, primeiro ano da pandemia (quando o acumulado tinha sido 2,16%).
Nos 12 meses encerrados em outubro, a inflação na RMS acumula alta de 4,15%, acelerando em relação ao índice de setembro (que havia sido 3,95%), mas ficando abaixo do acumulado para o mesmo período em 2023 (que tinha sido de 4,46%). Também segue menor do que o acumulado no Brasil como um todo (4,76%) e é o 12º índice entre os 16 locais pesquisados.
Energia elétrica
A inflação de outubro na Região Metropolitana de Salvado foi resultado de altas nos preços em 8 dos 9 grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA. Assim como em setembro, as despesas com habitação tiveram o maior aumento médio, 1,27% – o mais intenso para um mês de outubro em 7 anos, desde 2017 (quando o IPCA do grupo tinha sido 1,39%).
Além de ter apresentado o maior aumento médio de preços, a habitação também exerceu a principal contribuição para a alta da inflação de outubro na RMS, puxada fortemente pela energia elétrica residencial (4,04%), item que individualmente mais elevou o custo de vida. A forte alta da energia elétrica se deu porque, em outubro, esteve em vigor a bandeira vermelha patamar 2, que acrescenta R$7,87 a cada 100 kwh consumidos.
O grupo das despesas pessoais (1,11%) apresentou o segundo maior aumento médio de preços na RM Salvador em outubro e deu a segunda contribuição mais importante para a alta da inflação no mês. O grupo foi puxado com mais força pelas altas do cinema, teatro e concertos (15,06%), item com o maior aumento no mês, dentre todos que compõem o IPCA na região.
Alimentação
Após três meses de deflação na RMS, o grupo alimentação e bebidas (0,49%) voltou a registar alta média de preços em outubro, sendo a terceira maior contribuição para a alta da inflação na região, puxada, principalmente, pela alta das carnes (5,20%).
Por outro lado, dos 10 produtos e serviços cujos preços mais diminuíram em outubro, na RMS, 8 foram alimentos, liderados por manga (-27,88%), cebola (-17,43%) e melancia (-15,37%).
Registrando a segunda deflação consecutiva, os transportes (-0,24%) foram o único grupo a registrar queda média de preços na RMS, em outubro, influenciado pelas reduções do transporte público (-1,86%), principalmente, da passagem aérea (-9,33%), que o item que mais ajudou a segurar a inflação da região no mês, e do ônibus urbano (-2,48%). Além disso, houve queda no preço dos combustíveis (-0,98%), como a gasolina (-0,76%) e o etanol (-4,50%).
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