O jornalista e radialista Gilberto Amaral, considerado um dos primeiros colunistas sociais do país, morreu nesta terça-feira, em Brasília, aos 87 anos. O velório acontecerá nesta quarta-feira, às 13h30, no cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. O sepultamento será às 16h.
Gilberto Amaral estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, na Asa Sul, após sofrer uma queda em casa, e precisou passar por uma cirurgia. Nas últimas semanas, o jornalista teve uma piora no quadro e acabou não resistindo.
Mineiro de São Sebastião do Paraíso, Gilberto Amaral completaria 88 anos no próximo domingo (17/7). Ele deixa a esposa, Mara Amaral, com quem foi casado por 63 anos, além de três filhos — Bernadette, Rodrigo e Marcelo —, seis netos e um bisneto. “Apaixonado por Brasília, pela família, pelos amigos e pelo Palmeiras. A trajetória no mundo da comunicação sempre foi o orgulho dele. Eu me sinto honrado por tudo que ele fez”, emocionou-se o caçula, Marcelo, que será um dos resposnsáveis pela implantação do portal DFdeValor, em Brasília.
Rodrigo compartilhou do mesmo sentimento de carinho. “Excelente pai, marido, avô e bisavô. (Viveu) uma vida focada no amor e na caridade, ajudou muita gente e foi um dos responsáveis pela mudança da capital para Brasília. Foi um jornalista exemplar, que só soube falar bem das pessoas. Quando era para falar mal, preferia não falar”, elogiou.
Ao g1, o colunista e amigo Marcelo Chaves disse: “Ele costumava dizer que era um dos colunistas mais antigos do país. Ele era muito querido, respeitado e está todo mundo muito consternado com a morte dele. É uma parte da história de Brasília que vai embora”.
Sua morte também foi comentada por Lia Dinorah, sua sucessora na coluna que escrevia para o Jornal de Brasília. “Hoje, depois de uma vida – mais de 33 anos de trabalho juntos -, cumpro a mais difícil e dolorosa missão de minha carreira, escrever sobre a partida do meu querido e amado chefe, padrinho, professor, amigo, incentivador e conselheiro”, publicou a jornalista.
Juscelino Kubitschek
De acordo com o jornal Correio Braziliense, Gilberto Amaral chegou a Brasília antes da inauguração da cidade, em 1960, convocado pelo presidente Juscelino Kubitschek, que foi seu pradinho de casamento, para integrar o grupo de trabalho que cuidaria da transferência da sede do governo federal. Nos primeiros anos da atual capital do país, o jornalista ficou responsável por entregar as chaves dos apartamentos funcionais para os servidores públicos que se mudaram para o Planalto Central.
Ainda de acordo com o Correio, desde menino, brincava com os microfones da rádio do pai, José Soares Amaral, na cidade natal e, antes de morar em Brasília, tornou-se cronista reconhecido em Belo Horizonte. Assinou coluna diária no Correio, de 3 de novembro de 1975 a 5 de agosto de 2001, e integrou a equipe da TV Brasília, também do grupo Diários Associados.
A proeminência de Gilberto nos bastidores de Brasília se constatava pela proximidade do jornalista com a maioria dos presidentes da República, desde ditadores militares até civis, além de JK, Fernando Collor de Mello e José Sarney. “Personalidade singular, inteligência rara e grande figura humana. Perco um amigo estreito, um companheiro leal, correto e de virtudes morais e intelectuais invejáveis. Seu desaparecimento é uma grande perda para a sociedade de Brasília”, lamentou Sarney.
O jornalista trabalhou em vários veículos de imprensa do DF, como Correio Braziliense, Vogue, TV Bandeirante e TV Globo, onde tinha uma coluna na década de 1990. Atualmente, Gilberto Amaral era colunista social do Jornal de Brasília.