A Promotoria de Tóquio vai recorrer ao Tribunal Distrital da capital japonesa na tentativa de impedir a concessão de fiança ao executivo franco-brasileiro Carlos Ghosn, de 64 anos, ex-presidente da Nissan Motors. O pagamento da fiança e algumas exigências foram autorizados pela Justiça.
Pelos termos de fiança, Ghosn fica proibido de deixar o país e deve aderir às condições destinadas a impedi-lo de fugir ou destruir provas. Preso há 107 dias, o tribunal fixou a fiança no valor de US$ 8,9 milhões.
Ghosn foi preso em novembro do ano passado e indiciado por suspeita de fraudes e violação de instrumentos legais da empresa. A pena foi agravada pela quebra de confiança por transferir inadequadamente os fundos da Nissan.
Em janeiro, o segundo pedido de liberdade, feito pela defesa de Ghosn, foi negado por um tribunal de Tóquio. Na ocasião os advogados prometeram apelar.
Há cerca de dois meses, os comandos das empresas Nissan e Mitsubishi Motors estudam processar o ex-presidente. As montadoras acusam Ghosn de receber compensação indevida de joint venture. Segundo as empresas, o executivo recebeu cerca de US$ 9 milhões. De acordo com as montadoras, o dinheiro foi pago sob um contrato assinado por Ghosn com a joint venture, sem a aprovação do conselho de administração.