A Companhia de Ferro Ligas da Bahia (Ferbasa) – principal fornecedora de ferroligas do Brasil e única produtora de ferrocromo das Américas – registrou um lucro líquido consolidado de R$252,3 milhões no primeiro trimestre deste ano, crescimento de 6,6% comparado ao 4º trimestre de 2021 e 327,6% em relação a igual período do ano passado. Já a receita líquida totalizou R$737,7 milhões no 1T22, valor 8,1% superior ao 4T21. Na comparação com o 1T21, o aumento foi de 42,6%. Esse resultado, diz a companhia, decorreu, principalmente, da alta de 7,9% no preço médio, em dólar, das ferroligas, da elevação de 4% no volume de vendas e da desvalorização de 2,4% no dólar médio praticado.
A empresa informou ainda que foram investidos, no 1T22, R$33,3 milhões, um acréscimo de R$20,9 milhões ante o realizado no 1T21, configurando uma retomada do ritmo de investimentos da companhia, após as contenções ocorridas no período de pandemia. Foram produzidas 73,5 mil toneladas de ferroligas no 1T22, um decréscimo de 2,6% em relação ao 1T21 e uma redução de 5,3% em comparação com o 4T21. Em relação ao 4T21, registrou recuo de 6,3% para as ligas de cromo e de 3,3% para as ligas de silício.
A Ferbasa conta com um ciclo de produção integrado e verticalizado nas áreas de mineração, metalurgia, recursos florestais e energia renovável. Detentora de 95% dos recursos nacionais de cromita, a companhia mantém como principais produtos de seu portfólio as ligas de ferrocromo alto carbono (FeCrAC), ferrocromo baixo carbono (FeCrBC), ferrossilício (FeSi75), ferrossilício 75 alta pureza (FeSi HP) e ferrossilício cromo (FeSiCr), destinadas, principalmente, ao setor siderúrgico e à fabricação de aços inoxidáveis e especiais, atendendo aos mercados interno e externo, principalmente China, Japão, Estados Unidos e União Europeia. Adicionalmente, comercializa minério de cromo (via exportação), areia de cromita, energia elétrica e madeira de reflorestamento quando não consumidos no seu processo industrial.
A mineração possui duas unidades de extração de minério de cromo (uma subterrânea e outra a céu aberto), duas minas de quartzo e uma planta voltada à produção de cal virgem, todas localizadas no Centro Norte baiano. Os minérios extraídos são direcionados, em grande parte, à unidade metalúrgica localizada em Pojuca, onde são produzidas as ferroligas nos seus 14 fornos elétricos equipados com filtros de mangas destinados a neutralizar o lançamento de material particulado na atmosfera.
Já a unidade florestal é composta por 64 mil hectares, dos quais 45% são classificados como reserva de matas nativas, incluindo reserva legal e áreas de preservação permanente. Somadas às nascentes, margens de rios e taludes acentuados, as reservas superam o limite mínimo de 20% estabelecido pela legislação. Esse ativo inclui ainda 1.243 hectares de áreas aprovadas como Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN).