Neste sábado (27), dia de luto nacional, a Itália começou a sepultar os mortos no terremoto de quarta-feira (24), na região central do país. O número de vítimas já chegou a 291, a maior parte em Amatrice, cidade mais isolada pelos danos nas vias e na ponte de acesso. São 2.100 os desabrigados. Nesta tarde, três corpos foram retirados dos escombros do Hotel Roma.
Depois de visitar algumas das áreas atingidas, o presidente da República, Sergio Mattarella, dirigiu-se a Ascoli para os funerais de Estado das vítimas na Região das Marcas, dos quais tomou parte também o primeiro-ministro Matteo Renzi. Na próxima terça-feira (30), será realizado um rito fúnebre em Amatrice.
Funerais em Ascoli – Em clima de profunda comoção, forma sepultados neste sábado, em Ascoli, os corpos de 35 das vítimas do terremoto na região. Durante a missa, o número de mortos passou para 50.
Nas exéquias, celebradas no ginásio da cidade pelo bispo local, dom Giovanni D’Ercole, tomaram parte numerosas autoridades civis e religiosas e uma multidão de amigos e parentes das vítimas.
A missa foi concelebrada por dom Domenico Pompili, bispo de Rieti, a cidade mais devastada pelo terremoto.
O cardeal Parolin, em visita a Pordenone, Norte da Itália, afirmou que o papa Francisco continua a rezar incessantemente pelas vítimas do tremor.
Os patriarcas da Rússia, Kirill, e de Constantinopla, Bartolomeu I, uniram-se em oração no difícil momento vivido pelos italianos, expressando ao premier Matteo Renzi suas condolências e pedindo a todos “fortaleza de ânimo e coragem”.
Tremores – A terra ainda não para de tremer na região central da Itáliao país. Foram 1.332 os abalos secundários e réplicas que se seguiram ao grande tremor da madrugada de quarta-feira, 92 somente nas últimas horas, entre os quais um de magnitude 4.0 na escala Richter, às 4h50.
É como se fosse o golpe final para algumas construções já devastadas, mas sobretudo para ponte em Tre Occhi, na importante via de acesso a Amatrice, que corre o risco de desabar.
O balanço parcial dos mortos, até o momento, é de 291. Em Accumoli e em Amatrice, ainda existem pessoas desaparecidas. Há 388 feridos, e 238 pessoas foram resgatadas com vida.
Na corrida contra o tempo, as escavações continuam, na esperança de encontrar alguém com vida, mas também para recuperar corpos sob os escombros.
O terreno em Accumoli, segundo as primeiras revelações dos satélites, teria baixado 20 centímetros. O sisma teria provocado uma deformação em forma de “colher”, uma depressão do solo em consonância com a falha de pouca profundidade existente entre Norcia e Amatrice. A Torre Civica e a Igreja de Santo Agostinho – ambas construções históricas duramente danificadas – correm o risco de desabar. (Da Rádio Vaticano)