Por Anderson Orrico
Na manhã desta quarta-feira (28), a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Cristiane Britto, participou da assinatura do protocolo de intenções com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio-BA). O objetivo é capacitar o público feminino que passará a ser atendido na Casa da Mulher da Brasileira (CMB), que está sendo construída em Salvador e tem investimento do governo federal de R$ 13 milhões.
O protocolo consiste numa parceira para dar suporte e qualificar as mulheres chefes de família e também as que estão no ciclo da violência, dependem economicamente do agressor e precisam ter a sua independência econômica para o seu sustento e dos filhos. “Queremos trazer a autonomia econômica o mais rápido possível para as mulheres baianas. Temos a metodologia do projeto Qualifica Mulher e a Fecomércio-BA tem a estrutura para chegar até essas mulheres, tem cursos que vamos trabalhar, a depender do arranjo produtivo de cada região, e vamos fazer uma grande ação. Iremos ter também a carreta da saúde, porque temos algumas que nunca fizeram um exame de mama”, explica a ministra.
Inicialmente o grupo de mulheres que serão atendidas serão as quilombolas e marisqueiras de Ilha de Maré, em Salvador, e do distrito de Passé, em Candeias, que não querem abandonar a atividade, mas precisam ter uma segunda opção. Cristiane reforça que “essas pessoas estão precisando de um socorro mais emergencial e são mulheres chefes de família e que necessitam de uma atenção especial. No ministério já trabalhamos com as marisqueiras e é nessa mulher que queremos chegar. Pedi esse apoio para conseguirmos encontrá-las o mais rápido possível”.
Além das localidades já citadas, o ministério vai utilizar dados do mapa da violência e mapear também o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Bahia para avançar de acordo com as informações e disponibilidade da Federação. Para realizar a seleção dessas mulheres, as lideranças locais irão contribuir ativamente. “Já que essas pessoas conhecem a realidade de quem vive nessas comunidades, vão fazer a busca ativa das mais vulneráveis. Não queremos impor nada, até os cursos elas que irão escolher. Elas serão ouvidas e farão parte desse processo”, afirma a ministra.
Ao BAdeValor, Cristiane informou que no acordo para viabilizar o projeto não tem nenhuma transferência de recursos e conta com o apoio da sociedade civil e iniciativa privada que estão unidos por essa causa com “força de trabalho e boa vontade”. A expectativa é que a Casa da Mulher Brasileira seja inaugurada no primeiro semestre de 2023 e é a maior estrutura da CMB no país, com tipologia um. O recurso já foi todo empenhado e, segundo a ministra, não corre risco de ter a obra afetada, pois “é prioridade do Ministério da Mulher”.
O presidente da Fecomércio-BA, Kelsor Fernandes, avalia como positiva a ação e o reconhecimento pelos trabalhos realizados. “O Sesc e o Senac não poderiam ficar de fora. Nós somos um ente da sociedade, temos os braços sociais que prestam esse serviço e vamos fortalecer junto com a ministra, que sabe o valor do nosso sistema”, finaliza.
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