O reajuste do preço mínimo para o sisal, sugerido pela Companhia Nacional de Abastecimento e aprovado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), ajudou os produtores da fibra no semiárido da Bahia a estancarem a queda nos preços de mercado. No primeiro semestre, a cotação despencou devido à redução das exportações.
Com a correção do preço mínimo de R$ 1,64 para R$ 1,73 o quilo, o mercado cresceu 3% em julho e o quilo da fibra chegou a R$ 2,80. Os dados constam em estudo realizado pela Superintendência de Gestão da Oferta da Companhia.
Mais de 80% da produção brasileira do complexo sisal (cordas, cordéis e cordão) é destinada ao mercado externo. No primeiro semestre, as exportações totalizaram 32 mil toneladas, com uma arrecadação equivalente a US$ 53,6 milhões, algo próximo a R$ 200 milhões. O volume é 9,5% inferior às 35 mil toneladas exportadas no mesmo período em 2015 e a menor quantidade dos últimos cinco anos, devido à redução da demanda da China.
Demanda – A redução da demanda resultou em queda dos preços. O reajuste no preço mínimo fez o mercado reagir, interrompendo a trajetória de queda. “O ajuste indica para o mercado que o governo está disposto a apoiar o produtor, o que eleva a confiança em novos negócios”, explica Ivo Naves, analista responsável pelo estudo.
Na sua avaliação, a cultura ressente de um novo arranjo produtivo local, com a implantação de centrais de processamento para melhor aproveitamento da planta. A produção de sisal é a maior fonte de emprego e renda nos cerca de 140 municípios que compõem o Território do Sisal na Bahia.