Há 24 anos, Hari Hartmann, um gaúcho radicado na Bahia, iniciou a sua jornada na indústria baiana de vestuário e montou a Polo Salvador – empresa especializada na fabricação de camisas gola polo, tanto para fardamento quanto para o uso casual. O visionário, como é conhecido pelos pares da indústria, emprega cerca de 50 pessoas e conseguiu a proeza de fazer o faturamento crescer cerca de 50% em 2021, mesmo com todos os percalços causados pela pandemia do novo coronavírus e e falta de insumos.
Para isso, conforme ele, precisou investir pesado em divulgação, marketing e vendas, assim como na ampliação de mercado, aumentando a carteira de clientes, produtividade e reduzindo custos e desperdícios. Também ajustou e otimizou estoques de maior circulação.
“Ainda focamos em nossa presença no mundo corporativo. Ficamos mais próximos da Fieb, Clube IEL, realizamos visitações à fábrica, tendo em vista que trabalhamos com fardamento corporativo, que é o nosso forte. O ano de 2021 foi desafiador, faltaram insumos e houve também as restrições devido à pandemia. Mas conseguimos fechar com resultados muito positivos quanto ao faturamento, embora a margem de lucro tenha sido bem restrita”, conta.
O ano de 2021 foi desafiador, faltaram insumos e houve também as restrições devido à pandemia. Mas conseguimos fechar com resultados muito positivos quanto ao faturamento
Embora os resultados sejam satisfatórios, as perspectivas para este ano não são muito animadoras. De acordo com Hartmann, a ausência de uma política econômica clara e a inexistência do Ministério da Indústria enfraquecem o setor.
“Entramos no quarto ano de governo sem política efetiva. Além disso, os juros extorsivos, dólar elevado e oscilante, inflação alta e sem controle evidente, assim como o empobrecimento de muita gente devido à pandemia indicam que será um ano ainda mais desafiador e difícil”, observa ele, que vê nas eleições outro fator que impacta no setor. “Em ano eleitoral, as pessoas voltam menos às atenções ao consumo e economia, até porque esperam pelos resultados do pleito. O setor deverá agir com cautela, sem maiores investimentos de risco, devido à insegurança econômica e política. Juros altos e inflação elevada não contribuem. Além disso, a economia continua sem previsão de crescimento”.
Insumos
Outros fatores que comprometem o segmento, segundo o empresário, são a distância dos centros produtores das matérias primas e insumos, a falta de uma política voltada ao setor produtivo dos pequenos negócios, que possuem alto índice de empregabilidade, e a ausência de um elo importante da cadeia têxtil, que é a transformação: tecelagem, malharias e tinturarias. “Esses são grandes gargalos do setor. E isso impressiona, já que somos o segundo maior produtor de algodão. Temos o Polo Petroquímico para fios sintéticos e uma enorme capacidade de desenvolvimento de indústrias de confecções devido à intensiva disponibilidade de mão de obra, e outros”, avalia.
Mas não por esses fatores que os planos de investimento ficam prejudicados. Pelo contrário, quanto mais desafiador o cenário, maior é a atenção às ações voltadas ao crescimento. Para este ano, o empresário planeja fortalecer ainda mais a marca e investir em soluções ousadas em sustentabilidade. Não à toa, que a Polo Salvador é referência nacional em sustentabilidade, ao acumular diversas premiações e certificações como a Zero Energy, concedida pela Green Building Council (GBC).
Ainda conquistou o 11º, 12º e 13º prêmios socioambientais concedidos pela Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb); o Selo Verde – nas categorias Ouro e Diamante -, chancelado pela Organização Social de Interesse Público (OSCIP) Ecolmeia, de São Paulo; o IPTU Verde, concedido pela Prefeitura de Salvador para as empresas que utilizam os recursos naturais de maneira sustentável em seus imóveis; a medalha de mérito da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT), como destaque nacional em sustentabilidade e inovação, além do Rótulo Ecológico homologado pela Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT).
Hartmann elenca, ainda, outras ações do plano de investimento, a exemplo da logística reversa com mais visibilidade, envolver a tinturaria com o desenvolvimento de tingimento com corantes ecológicos e sustentáveis; promover uma maior solidez de cor, o que faz com que a coloração do fardamento dure mais e tenha mais dificuldade para descolorir. Com isso, as camisas serão mais sustentáveis e terão vida longa. “O nosso parque fabril é altamente especializado. São muitas inovações e investimentos em tecnologia para otimizar a produção e tornar a fábrica cada vez mais sustentável”.
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Parabéns aos amigos Hari, Imelda e Marcelo.