O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), calculado pelo IBGE, ficou em 0,25% na Região Metropolitana de Salvador (RMS) em junho. O IPCA-15 funciona como uma prévia da inflação oficial do mês, refletindo os preços coletados entre 16 de maio e 14 de junho. O indicador da RMS desacelerou em relação a maio (quando havia sido de 0,87%), mas ficou acima do verificado em junho de 2023, quando houve leve deflação (-0,02%).
Em junho, o IPCA-15 da RMS foi menor do que o nacional (0,39%) e o 3º mais baixo dentre os 11 locais pesquisados separadamente, acima apenas do índice de Brasília/DF (0,24%) e da RM Belém/PA (0,16%).
Por outro lado, os maiores aumentos ficaram com as RMs Belo Horizonte/MG (0,68%), Fortaleza/CE (0,48%) e Curitiba/PR (0,43%).
Com esse resultado, o IPCA-15 da RMS tem alta de 2,95% no acumulado no primeiro semestre de 2024. Segue acima do registrado no Brasil como um todo (2,52%), sendo o 2º mais alto entre os 11 locais investigados, abaixo apenas da RM Belo Horizonte/MG (3,79%).
Já no acumulado nos 12 meses encerrados em junho, o IPCA-15 da RMS está em 3,98% e é o 5º mais elevado, empatado com o da RM São Paulo/SP (3,98%), embora seja menor do que o indicador nacional (4,06%).
Alimentos
O IPCA-15 de junho na Região Metropolitana de Salvador (0,25%) foi resultado de aumentos nos preços de sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados para formar o índice. Com o maior aumento e acelerando em relação ao resultado de maio (0,53%), o grupo alimentação e bebidas (0,93%) liderou as pressões inflacionárias no IPCA-15 de junho, na RMS, influenciado principalmente pela alimentação no domicílio (0,99%).
A batata-inglesa (39,82%) foi o item que apresentou, em junho, a maior alta de preços e foi, entre todos, o que mais colaborou para puxar o IPCA-15 para cima no mês. O aumento dos leites e derivados (2,78%), como o leite longa vida (6,16%), também exerceu forte pressão no índice.
Dos 10 produtos e serviços que mais aumentaram em abril, na RMS, segundo o IPCA-15, 7 foram alimentos, liderados pela batata-inglesa, melancia (20,08%) e manga (14,74%).
Por outro lado, a banana-prata (-5,78%), o coentro (-9,84, item com a maior queda de preços) e os produtos panificados (-1,48%), como o biscoito (-2,61%), ajudaram a frear a alta dos alimentos na RMS, na prévia da inflação de junho.
Saúde
O grupo saúde e cuidados pessoais (0,44%) registrou o 3º maior aumento, mas teve a 2ª maior influência na alta do IPCA-15 de junho, na RMS. A variação dos medicamentos em geral (ou produtos farmacêuticos, 0,87%) foi a mais relevante para o resultado do grupo.
Dois grupos registraram deflação, ou seja, queda média dos preços, no IPCA-15 de junho, na RMS: transportes (-0,41%) e artigos de residência (-0,40%).
A queda dos preços dos transportes foi a mais relevante para frear a prévia da inflação e teve influência principalmente dos combustíveis (-2,21%), em especial da gasolina (-2,27%), item que mais puxou para baixo o IPCA-15 de junho, na RMS. A passagem aérea (-9,81%) também foi relevante para o resultado geral do grupo.
Já os artigos de residência registraram deflação influenciados pela queda de preços dos itens de mobiliário (-1,08), como o móvel para copa e cozinha (-2,05%), e pelos artigos de cama, mesa e banho (-2,99%), como a roupa de cama (-2,99%).
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