Entre janeiro e outubro deste ano, a adoção do protocolo de desospitalização responsável da Maida Health evitou R$ 13,7 milhões em despesas para uma operadora de saúde na Bahia, ao promover 3.064 indicações de alta antecipada – 94% delas efetivadas. O resultado é especialmente relevante diante do aumento da permanência hospitalar registrado em alguns estados brasileiros. Segundo a True Auditoria, o tempo médio de internação em UTIs subiu 21% entre 2019 e 2021, ampliando custos, ocupação de leitos e riscos clínicos das internações prolongadas.
O prolongamento desnecessário de internações, seja em enfermarias, emergências ou UTIs, eleva os custos da saúde suplementar, que já crescem bem acima da inflação, segundo o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). Quanto maior o tempo de permanência, maiores os riscos de infecções, perda de funcionalidade e complicações, além do aumento expressivo no valor das diárias hospitalares. A combinação entre risco assistencial e impacto financeiro cria um efeito cascata que afeta hospitais, operadoras e beneficiários.
Na prática, o resultado obtido na Bahia é explicado por uma auditoria feita à beira-leito, aplicada em todos os setores de internação. A equipe avalia diretamente o paciente, conversa com familiares e destrava pendências que atrasam a alta, como exames, autorizações, trocas de setor ou revisões de conduta. “A presença da equipe ao lado do paciente torna o processo mais assertivo e reduz gargalos que prolongam internações sem necessidade clínica”, afirma Tamires Martins, diretora de Relacionamento com o Cliente da Maida Health. Entre janeiro e outubro, o número de visitas à beira-leito aumentou 26% em relação ao mesmo período de 2024, passando de 84 mil para mais de 106 mil avaliações.
Já no recorte de abril a outubro, o volume de indicações de alta aumentou 22,6%, passando de 2.059 para 2.524. As altas efetivadas passaram de 1.666 para 2.131 (+27,9%). A efetividade média subiu de 81% em 2024 para cerca de 85% em 2025, com meses chegando a 89% — sinal de maior maturidade do processo de desospitalização responsável.
O processo envolve uma equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros, assistentes sociais, fisioterapeutas e nutricionistas, que percorrem diferentes unidades hospitalares. Embora não prestem assistência direta, esses profissionais realizam auditoria clínica in loco para checar se a internação é necessária e se o paciente ainda precisa permanecer no hospital. A frequência das visitas é definida por um protocolo de elegibilidade, que diferencia casos eletivos (avaliados em fluxo menos imediato) de pacientes admitidos em emergência ou unidades críticas, que recebem avaliação já no primeiro dia de internação.
Quando o paciente está clinicamente estável, mas permanece internado apenas por motivos operacionais, como antibiótico venoso, curativos ou avaliações que poderiam ocorrer no ambulatório, a equipe avalia a possibilidade de continuidade do cuidado em casa. A decisão final é sempre do médico assistente, após discussão técnica. O protocolo também considera barreiras sociais: se a família não tem condições de receber o paciente, a assistente social articula alternativas com o serviço social do hospital.
Para além dos ganhos imediatos, o avanço do modelo na Bahia é visto pela empresa como um exemplo de como a gestão ativa do tempo de internação pode influenciar a sustentabilidade do setor. “Quando integramos aspectos clínicos e sociais, reduzimos internações prolongadas, liberamos leitos e garantimos mais eficiência para as operadoras”, afirma André Machado, CEO da Maida Health.
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