O que deveria ser um feriado do Dia do Servidor Público de diversão em Gramado, no Sul do País, se transformou em um verdadeiro pesadelo para o casal Lucas Machado e Clarissa Pacheco. Com toda a empolgação de quem planeja a viagem de lazer, eles deixaram Salvador na sexta-feira rumo a São Paulo, onde pegariam um voo da Latam para Porto Alegre. Mas, no Aeroporto de Congonhas, a realidade se mostrou bem diferente: dezenas de voos foram cancelados, transformando a rotina de centenas de passageiros em um caos.
Às 17h15 da última sexta-feira, o site da concessionária que administra o aeroporto registrava 25 voos cancelados, sendo 14 da Gol e 11 da Latam. Enquanto isso, Lucas e Clarissa viam suas esperanças de chegar a Gramado se esvaírem a cada nova informação vagamente divulgada. “Um abuso, um absurdo”, desabafou Clarissa, capturando a frustração de muitos que, assim como eles, enfrentavam longas filas e falta de informações claras.
A situação só piorou. Com a falta de voos e uma comunicação que deixou a desejar, o casal e suas duas filhas foram realocados para o hotel Intercity Ibirapuera, mas a Latam só garantiu uma diária.
Em meio ao estresse, eles conseguiram embarcar em um voo da Azul para Porto Alegre apenas no domingo, quando o sonho da Serra Gaúcha parecia mais distante do que nunca. O carro alugado, reservado com meses de antecedência, era um Jeep Renegade automático, mas com o atraso na chegada a Porto Alegre tiveram que subir a Serra Gaúcha em um veículo com câmbio manual, complicando ainda mais a jornada.
A informação oficial é que os voos de sexta-feira foram cancelados devido às chuvas do dia anterior em São Paulo. Na Latam, estima-se que o cancelamento dos voos tenha impactado mais de 1.700 passageiros.
Falta de agilidade
Em um momento em que a agilidade e a clareza são essenciais, a resposta da Latam foi um convite para que os passageiros consultassem a seção ‘Minhas Viagens’ em seu site antes de se dirigirem aos aeroportos. Uma orientação que soou mais como um eufemismo do que uma solução real.
A Gol, por sua vez, anunciou a criação de voos de reforço. Segundo a Gol, os clientes que tiveram voos cancelados “receberam as facilidades previstas em lei com reacomodação em outros voos, remarcação para outra data ou reembolso”.
Mas a questão central permaneceu: as companhias aéreas são suficientemente transparentes em suas comunicações?
A realidade é que o que deveria ser um feriado relaxante virou um exemplo claro de como a falta de informações precisas e o despreparo das companhias aéreas podem afetar não apenas a viagem de um casal, mas a vida de centenas de pessoas.
O feriado em Gramado, que prometia ser memorável, se tornou apenas mais um capítulo triste nas crônicas da aviação brasileira. A ironia? As companhias aéreas, ao invés de levar os passageiros ao seu destino, parecem mais interessadas em manter os passageiros no limbo das informações nebulosas.
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