o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, calculado pelo IBGE, ficou em 0,67% na Região Metropolitana de Salvador (RMS) em abril. O indicador desacelerou (aumentou menos) frente a março, quando havia sido de 1,53%, mas foi a inflação mais elevada para um mês de abril desde 2019 (quando o IPCA tinha ficado em 0,83%). A inflação de abril na RMS foi a menor do país e ficou bem abaixo do indicador nacional. No Brasil como um todo, o IPCA do mês chegou a 1,06%, o maior para um abril desde 1996.
Houve altas em todas as 16 áreas pesquisadas separadamente pelo IBGE, lideradas pela Região Metropolitana do Rio de Janeiro/RJ (1,39%) e pelos municípios de Aracaju/SE (1,36%) e Campo Grande/MS (1,21%).
Com o resultado de abril, o IPCA na RMS acumula alta de 3,95% no ano de 2022. Está abaixo do índice nacional (4,29%) e é o 3º menor entre os 16 locais investigados, acima apenas da RM Porto Alegre/RS (2,65%) e da Grande Vitória/ES (3,81%). Nos 12 meses encerrados em abril, a inflação na RMS chega a 12,78%, frente a 12,13% em março. Continua acima do indicador nacional (12,13%) e é a 5ª mais elevada. Apenas a Região Metropolitana de Belém/PA (9,65%) tem IPCA menor do que 10,00% nesse acumulado.
Alimentos
Em abril, a inflação oficial na Região Metropolitana de Salvador foi resultado de aumentos nos preços médios em seis dos nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA. Com o maior aumento entre os grupos e o mais elevado em dois anos (desde abril de 2020), alimentação e bebidas (2,22%) exerceu a principal pressão inflacionária no mês. Houve altas importantes tanto nos alimentos consumidos em casa (2,64%) quanto na alimentação fora (0,95%), com peso maior do primeiro grupo.
Entre os alimentos, o pão francês (4,40%) teve a maior contribuição para a alta geral da inflação de abril na RM Salvador, seguido pelo tomate (10,59%), que registrou o maior aumento médio entre todos os produtos e serviços que formam o IPCA. Outros itens de consumo importantes do dia a dia também aumentaram significativamente, a exemplo do leite longa vida (6,92%), do óleo de soja (8,87%), da batata-inglesa (10,20%) e da cebola (8,36%).
Outra pressão inflacionária importante de abril, na RMS, veio do grupo saúde e cuidados pessoais (1,42%), que registrou seu maior aumento médio em três anos, desde abril de 2019 (quando havia sido de 1,64%). A alta foi resultado principalmente do reajuste nos preços dos medicamentos, autorizado em 1º de abril, que se refletiu num IPCA de 4,90% para os produtos farmacêuticos em geral. O índice foi puxado pelos remédios contra hipertensão e colesterol alto (hipotensores e hipocolesterolêmicos, 3,80%) e pelos analgésicos e antitérmicos (4,55%).
Embora o grupo habitação tenha mostrado uma estabilidade média de preços em abril (0,00%), veio dele a principal pressão inflacionária individual do mês, na RM Salvador: o gás de botijão, com aumento de 5,03%.
Os dois grupos com queda média dos preços em abril, segundo o IPCA, foram transportes (-1,14%) e educação (-0,01%). A gasolina (-3,90%) teve a maior contribuição individual no sentido de segurar a inflação de abril, na RMS. As deflações na energia elétrica (-3,41%) e nas passagens aéreas (-8,14%) também foram influências importantes na desaceleração do IPCA em abril.