O relator do processo contra Glauber Braga (Psol-RJ) no Conselho de Ética da Câmara, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), defendeu a cassação do mandato do parlamentar por quebra de decoro. O parecer foi aprovado pelo colegiado por 13 votos a 5 e segue agora para votação em plenário.
A representação foi apresentada pelo Partido Novo após um episódio em que Braga, em abril de 2024, agrediu fisicamente o militante Gabriel Costenaro, do Movimento Brasil Livre, dentro das dependências da Câmara. O relator afirmou que as imagens do ocorrido são claras e que a reação do deputado foi “totalmente desproporcional e injustificada”. Paulo Magalhães ainda citou outros episódios considerados incompatíveis com a conduta parlamentar, como ataques verbais a ex-presidentes da Casa.
“O interesse público não aceita deslizes na atuação de um congressista. Exige-se conduta exemplar”, declarou Magalhães. O deputado Glauber Braga, por sua vez, reagiu à decisão anunciando greve de fome e alegando perseguição política.
O processo, que tramitou por um ano, será agora submetido ao plenário da Câmara, onde serão necessários 257 votos para a confirmação da cassação. A defesa de Braga já sinalizou que recorrerá à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, se necessário, ao Supremo Tribunal Federal.
Natural de Salvador, na Bahia, Paulo Magalhães é um nome que atravessa décadas de história política no Brasil. Formado em Administração, ingressou na vida pública em 1991. Desde então, destacou-se pela postura equilibrada e pela capacidade de articulação entre diferentes correntes políticas. Sua atuação sempre foi marcada pela fidelidade aos compromissos assumidos, o que lhe garantiu a confiança em votações importantes, especialmente em momentos de grande polarização. Sua influência é reconhecida, tanto nas decisões em plenário quanto nas articulações de bastidor, onde construiu uma sólida reputação.