Os produtores rurais do oeste da Bahia já iniciaram a colheita de grãos, e o prognóstico de uma supersafra enche a categoria de otimismo. Os resultados desta colheita recorde devem alavancar a economia da região, movimentando bilhões dentro e fora do campo. O cenário é animador para os expositores da Bahia Farm Show, que esperam que a principal feira agrícola do Norte e Nordeste do País mantenha a tradição de fechar bons negócios. Durante cinco dias, entre 29 de maio e 2 de junho, o município de Luís Eduardo Magalhães se tornará a principal vitrina do segmento, atraindo o olhar de consumidores em busca de maquinário e equipamentos agrícolas, sementes, defensivos e fertilizantes, veículos, software, tecnologia de irrigação, entre outros produtos e serviços ao alcance dos investidores.
O presidente da Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), entidade realizadora da Bahia Farm Show, Celestino Zanella, comemora o “bom tempo”, tanto climático quanto econômico. Ele aposta no fortalecimento do setor agrícola da Bahia e dos estados vizinhos – Goiás, Maranhão, Tocantins, Piauí e o Distrito Federal –. “Mais do que o número de comercialização, a feira deste ano vem para mostrar o fortalecimento do produtor, independente da escala do seu negócio, seja pequeno, médio ou grande. Todos passamos, nos últimos cinco anos, por uma recessão financeira e hídrica que poderia ter derrubado a agricultura, mas nos reinventamos e investimos em tecnologia e capacitação para plantar mais com menos, e seguimos convictos da nossa importância como motores do desenvolvimento econômico-social”, afirma.
Com chuvas bem distribuídas no ciclo 2017/2018, o levantamento preliminar da Aiba prevê, para o oeste da Bahia, uma produção de 5,3 milhões de toneladas de soja, a maior dos últimos sete anos. No caso do algodão, a expectativa é de uma safra de 1,209 milhão de arrobas, com uma produtividade média de 310 arrobas de pluma por hectare. A cultura teve um incremento de 32,5% da área plantada em relação à última safra. No caso do milho, a produtividade deve chegar a 165 sacas por hectare, bem maior do que as 130 sacas da última safra, atingindo uma produção de 1,386 milhão de toneladas.
“Quando a safra vai bem interfere diretamente no comércio. O dinheiro circula mais, o poder de liquidez é maior, as vendas aumentam e, com elas, a geração de mais postos de trabalho, ou seja, o agronegócio impulsiona a economia do oeste baiano. A Bahia Farm Show vem para coroar essa realidade, pois reúne todos os atores envolvidos nessa cadeia”, ressaltou a coordenadora do evento, Rosi Cerrato.
Consolidação
O presidente da Associação de Máquinas e Implementos Agrícolas da Bahia (Assomiba), Rogério Rodrigues, também acredita em um bom momento do agronegócio no oeste baiano, o que deve se traduzir em boas vendas durante a feira. “A Bahia Farm já está consolidada, o que atrai todos os anos um público médio de 75 mil pessoas. Para as empresas do setor agrícola, a feira é também um importante canal de relacionamento e integração com o cliente, que possibilita a mostra de lançamentos e tecnologias. Depois de alguns anos com safras abaixo da média, este é o momento de investimento por parte do agricultor, portanto, estamos otimistas quanto às vendas”, afirma, ao apontar a Bahia Farm como o local certo para fechar negócios.
Durante a feira, os agentes financeiros públicos e privados estarão presentes com financiamentos e linhas de crédito específicas para o setor agropecuário, taxas de juros convidativas, além de condições elásticas e facilitadas de pagamento.