Na virada do milênio, começamos a testemunhar os primeiros passos das revoluções tecnológicas que o mundo experimentaria, e, ao longo das duas décadas seguintes, a promessa de digitalização foi cumprida. Na época, os sistemas de gestão integrada ainda eram uma novidade, despontando como soluções promissoras que prometiam agilizar processos e oferecer maior eficiência na gestão das organizações.
Naquele tempo, a saúde figurava como um dos setores em atraso frente à inovação. No entanto, o tempo, os investimentos e, principalmente, a visão transformadora das lideranças provaram ser os elementos-chave para mudanças significativas.
A tecnologia nunca foi um caminho que brota espontaneamente na operação. Ela exige despertar e coragem vindos do topo — dos CEOs e presidentes das organizações. Sem essa visão, as mudanças ficam apenas como desejos distantes. Grandes líderes entendem que incorporar tecnologia não é somente uma estratégia;
é uma necessidade para enfrentar desafios, otimizar controles internos e entregar mais qualidade ao cliente final.
Apesar da tecnologia avançada, a inclusão digital na saúde ainda enfrenta desafios. Duas áreas são menos impactadas: falta de integração entre setores como agendamento, prontuários, estoque e financeiro, resultando em retrabalho e erros; e a ausência de dados estratégicos em tempo real sobre desempenho, custos
e satisfação do cliente, dificultando decisões assertivas e otimização da gestão.
“Quem não mede, não gerencia”, um mantra que orienta lideranças eficazes na gestão. Ter processos bem estruturados para controle e análise de dados é indispensável para qualquer empresa que aspire ser bem administrada e lucrativa. Combinados à análise contínua e ao aprimoramento de processos, esses elementos
formam a espinha dorsal de uma gestão sólida.
Medir é essencial para gerenciar bem. Empresas que usam dados confiáveis, investem em análise contínua e buscam melhorias constantes têm mais chances de sucesso. Lideranças eficazes sabem que controle, transparência e adaptação são construídos com medição precisa.
O despertar das lideranças trouxe luz às soluções integradas, corrigindo atrasos históricos e possibilitando experiências melhores — seja para pacientes, gestores ou qualquer outro cliente final. Um percurso que ilustra não apenas avanços, mas também a essência da inovação: transformar desafios em oportunidades.
Essa abordagem poderosa é aplicável a diversos contextos, como liderança, negócios e desenvolvimento pessoal, ao combinar uma mentalidade positiva, resiliência, adaptação e estratégias práticas.
Miguel Gomes é CEO do Grupo Vivhas e fundador da Vivere. Com mais de 40 anos de experiência, é um dos mais importantes executivos do país. Formado em Administração pela Faculdades Associadas de São Paulo (FASP) e pós-graduado em Sistemas de Informação pela Fundação Santo André, o executivo acumula passagens por empresas como Unilever, Pirelli, Ibersis e Itteligence.