O Brasil é uma das maiores potências mundiais quando o assunto é produção agrícola. Sua larga produção de soja, milho, algodão e café coloca o país entre líderes mundiais tanto nos quesitos safra como exportação. As frutas não ficam atrás: laranja, mamão, coco, banana, maracujá, cacau, entre muitas outras, também demonstram a força de sua terra.
Nesse sentido, algumas regiões certamente se destacam. Historicamente, o Sudeste ficou muito marcado pela produção de café, por exemplo. Hoje, o cenário é bem mais diversificado. O estado da Bahia é uma demonstração de que o Nordeste se firma cada vez mais como polo da produção agrícola, devido principalmente aos grandes investimentos tecnológicos.
Safras recordes
O avanço técnico tem sido responsável pelos números expressivos da produção baiana. Dados levantados pelo Conselho Técnico da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia, o Aiba, mostraram que a safra de soja de 2024 foi a maior em 30 anos. Foram 8,7 milhões de toneladas colhidas em uma área de 2,1 milhões de hectares – um recorde de produtividade.
Relatórios da Secretaria de Agricultura do Estado, a Seagri, corroboram com os dados. A produção de soja cresceu 59% em dez anos, com aumento estimado de 4,5% para a safra de 2025. Mas nem só de soja vive a agricultura baiana. O café é parte importante da agricultura do estado, uma vez que é o quarto maior produtor do Brasil.
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento, a safra de café baiano deve aumentar 11,3% em 2025. Todo esse ganho é fruto da decisão de investir cada vez mais em tecnologia. Segundo a Seagri, houve um aumento de 40% em dez anos. Regiões como o oeste baiano são a maior prova dos bons resultados deste tipo de investimento.
Dados a favor da produção agrícola
Exemplos de tecnologia empregada na região vão de tratores capazes de mapear o solo a drones que pulverizam defensivos agrícolas nas plantações. Além disso, a irrigação automatizada, que permite, inclusive, maior controle no uso da água, é um ponto positivo na direção de uma agricultura mais sustentável.
O oeste baiano é polo de irrigação do país, onde mais de 15% da irrigação do solo é feita por meio de pivôs centrais. Este tipo de tecnologia foi um dos grandes responsáveis pela alta produtividade na região, principalmente de produtos como o algodão, cuja qualidade o coloca entre as melhores fibras do mundo.
Além disso, a presença da agricultura de precisão permite o uso na dosagem ideal de fertilizantes e defensivos agrícolas nas áreas corretas, mapeadas por dados de GPS. O resultado é menos desperdício e riscos muito menores de um desequilíbrio ambiental causado pelo excesso de substâncias químicas.
O uso de sensores no campo também permite uma análise muito mais correta baseada em ciência de dados, como a temperatura e o nível de umidade do solo. Com base nisso, além da própria fertilização do solo, a irrigação se torna mais precisa, diminuindo desperdícios com água e também energia elétrica.
Tecnologia e sustentabilidade de mãos dadas
Técnicas específicas de manejo de solo, como a que integra até mesmo sistemas florestais de plantação, reduzem a emissão de gases do efeito estufa e elevam a produtividade. O aproveitamento de resíduos vegetais sobre o solo forma uma camada importante, capaz de elevar a produção e reduzir a erosão do solo, técnica de muito sucesso utilizada na plantação baiana de soja.
A sustentabilidade e a tecnologia são a chave para o sucesso dos vários municípios do estado que hoje ocupam lugares importantes nos rankings de cidades mais ricas, caso de São Desidério. Incentivos governamentais também fomentam a produção, através do Plano Safra, por exemplo, que leva crédito principalmente para a agricultura familiar.
Até mesmo o cacau, cuja produção era liderada pelo Pará, hoje passa a ser um dos frutos mais produzidos da Bahia. O oeste baiano recuperou esse posto e tende a duplicar a produção do fruto até 2030. Uva e manga da região do Vale do São Francisco, líder em produção frutífera no país, batem recordes de venda no exterior e de produção, devido a fatores como solo e clima.
Desta forma, fica provado que a ciência de dados, em conjunto com as boas práticas agrícolas, apoiadas em investimento em tecnologia de ponta, pode transformar uma região outrora pouco produtiva em um polo gigante de possibilidades, moldando vidas de trabalhadores e levando riqueza para todo o estado.