As vendas do comércio varejista na Bahia, em abril, recuaram frente ao mês anterior (-0,3%), na série com ajuste sazonal. Esta foi a segunda retração seguida para o setor, que já havia caído (-1,0%) na passagem de fevereiro para março. Com mais esse resultado negativo, o volume de vendas na Bahia, em abril de 2022, estava ainda mais distante do patamar registrado em fevereiro de 2020, antes da pandemia (-6,2%, frente a –5,9% no mês anterior). Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do IBGE.
Na comparação de abril/22 com abril/21, o resultado das vendas do varejo baiano também foi negativo (-4,9%). O estado voltou a apresentar queda no comparativo, após o crescimento registrado em março (5,7%). O resultado do comércio no estado foi o segundo pior do país, superior apenas ao registrado em Pernambuco (-7,6%). No Brasil como um todo, houve crescimento (4,5%), com 23 unidades da Federação registrando índices positivos. As maiores altas foram verificadas em Ceará (18,5%), Alagoas (15,1%) e Espírito Santo (14,9%).
Com a retração apresentada em abril, as vendas do varejo baiano acumulam queda de 2,7% nos primeiros quatro meses de 2022, frente ao mesmo período do ano passado. O indicador acumulado no ano se manteve negativo pelo quinto mês consecutivo e mostrou a terceira retração mais profunda dentre os estados, superior apenas às registradas em Pernambuco (-5,7%) e Sergipe (-3,7%).
No Brasil como um todo, o varejo acumula aumento de 2,3% nas vendas, nos quatro primeiros meses de 2022, com 21 das 27 unidades da Federação em alta, lideradas por Roraima (11,5%), Espírito Santo (10,5%) e Rio Grande do Sul (10,4%).
No acumulado nos 12 meses encerrados em abril (frente aos 12 meses anteriores), o varejo baiano também está em queda (-2,8%), com um resultado pior que o nacional (0,8%) e o 22º entre os 27 estados. Espírito Santo (7,2%), Rio Grande do Sul (6,3%) e Piauí (5,7%) lideram entre os avanços, enquanto Sergipe (-5,7%), Paraíba (-4,6%), Maranhão (-4,1%) mostram as quedas mais intensas.
Móveis e eletrodomésticos
Em abril, na Bahia, a queda geral das vendas frente ao mesmo mês de 2021 (-4,9%) foi resultado de recuos em 4 das 8 atividades do varejo restrito (que exclui automóveis e material de construção). A maior retração e o maior impacto negativo no resultado do mês vieram do segmento de móveis e eletrodomésticos (-33,1%), que mostrou sua décima queda consecutiva, com forte aceleração frente a março (-10,9%).
As vendas de móveis e eletrodomésticos também apresentam o pior resultado do comércio baiano nos primeiros quatro meses de 2022 (-27,0%). O segundo principal impacto negativo nas vendas em geral do varejo na Bahia, em abril, veio dos outros artigos de uso pessoal e doméstico (-9,3%). O segmento engloba lojas de departamentos, óticas, joalherias, artigos esportivos, brinquedos e tem participação importante dos grandes varejistas on-line.
Além deles, também apresentaram resultados negativos no estado, em abril, as vendas de combustíveis e lubrificantes (-3,5%) e equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-12,0%).
Por outro lado, os segmentos que mais contribuíram para segurar a queda geral do varejo baiano no mês foram tecidos, vestuário e calçados (24,0%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (5,4%).
Também apresentaram resultados positivos no mês as vendas de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,6%) e livros, jornais, revistas e papelarias (8,4%).
Varejo ampliado
Em abril, o volume de vendas do comércio varejista ampliado baiano mostrou a terceira queda consecutiva frente ao mês anterior, na série livre de influências sazonais (-0,2%). O resultado da Bahia ficou abaixo do nacional (0,7%) e acompanhou os recuos verificados em 9 das 27 unidades da Federação.
Frente ao mesmo mês do ano anterior, as vendas do varejo ampliado na Bahia também registraram queda em abril (-5,8%), após terem apresentado resultado positivo em março (6,3%).
O desempenho do estado foi o segundo pior do país no comparativo com o mesmo mês do ano passado, à frente apenas de Pernambuco (-10,2%). No Brasil como um todo, o índice ficou em 1,5%, com 20 estados apresentando resultados positivos.
O varejo ampliado engloba, além do varejo restrito, as vendas de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, para as quais não se consegue separar claramente o que é varejo do que é atacado. No confronto com abril de 2021, ambas as atividades viram suas vendas voltarem a cair após resultados positivos em março.
As vendas de veículos recuaram 9,8%, e as de material de construção caíram 0,8%. No mês anterior, os segmentos haviam apresentado crescimentos de 6,7% e 9,6%, respectivamente.
Apesar dos resultados negativos em abril, o varejo ampliado baiano ainda sustenta altas nas vendas tanto no acumulado nos primeiros quatro meses de 2022 (0,1%) quanto nos 12 meses encerrados em abril (4,5%). No Brasil como um todo, esses resultados são de 1,4% e 2,2%, respectivamente.