As vendas do comércio varejista na Bahia tiveram, em setembro, variação positiva de 0,3% frente ao mês anterior (agosto), na série com ajuste sazonal. Foi o segundo avanço consecutivo, embora num ritmo inferior ao registrado na passagem de julho para agosto (1,3%). Na comparação com o mesmo mês do ano anterior (setembro de 2021), porém, o resultado foi negativo (-2,5%) pela sexta vez consecutiva (recua desde abril) e foi a segunda queda mais intensa entre os estados. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do IBGE.
No Brasil como um todo, as vendas cresceram 3,2% em setembro 22/setembro 21, resultado positivo acompanhado por 24 das 27 unidades de Federação. Além da Bahia, só Rio de Janeiro (-3,1%) e Pernambuco (-2,1%) registraram quedas. Paraíba (41,6%), Amapá (13,7%) e Roraima (13,2%tiveram os maiores aumentos.
Com a nova retração em setembro, as vendas do varejo baiano acumulam queda de 4,6% no ano de 2022, frente ao mesmo período de 2021. O indicador acumulado no ano se manteve negativo pelo nono mês consecutivo e seguiu como a segunda retração mais profunda dentre os estados, superior apenas à registrada em Pernambuco (-4,9%).
No Brasil como um todo, o varejo sustenta alta de 0,8% no acumulado no ano, com resultados positivos em 18 das 27 unidades da Federação. No acumulado nos 12 meses encerrados em setembro (frente aos 12 meses anteriores), o varejo baiano também está em queda (-7,2%), mantendo o pior resultado do país. No Brasil como um todo, o índice é de -0,7%, com quedas em 15 dos 27 estados.
Móveis e eletrodomésticos e vestuário puxaram queda
Em setembro, a queda geral das vendas do comércio na Bahia, frente ao mesmo mês do ano passado, foi resultado de retrações em quatro das oito atividades do varejo restrito – que exclui automóveis e material de construção.
A maior queda e o maior impacto negativo no resultado geral vieram, mais uma vez, dos móveis e eletrodomésticos (-22,9%). O segmento apresenta recuos mensais consecutivos há 14 meses, desde julho de 2021 e, ao longo desse período, vem mostrando as retrações mais intensas dentre as atividades e exercendo a principal influência negativa para o varejo baiano.
A terceira queda mais intensa no varejo restrito e segunda que mais colaborou para o resultado geral do setor, em setembro, foi a registrada no segmento de tecidos, vestuários e calçados (-15,3%), que teve seu terceiro recuo consecutivo.
Por outro lado, entre as quatro atividades com vendas em alta na Bahia, em setembro, os combustíveis e lubrificantes (15,1%) mostraram, pelo segundo mês, o melhor resultado e deram a principal contribuição no sentido de segurar a queda geral do varejo. O segundo maior impacto positivo veio das vendas de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,5%), segmento de maior importância na estrutura do comércio no estado.
Varejo ampliado
Em setembro, o volume de vendas do comércio varejista ampliado baiano seguiu em queda frente ao mês anterior (-0,1%), na série livre de influências sazonais, mostrando um quarto resultado negativo nesse confronto. O desempenho da Bahia ficou aquém do nacional (1,5%) e foi o 14º do país, onde 14 das 27 unidades da Federação também mostraram recuos.
Frente a setembro do ano passado, as vendas do varejo ampliado na Bahia também registraram queda (-10,4%), a segunda mais intensa do país, acima apenas da verificada em Pernambuco (-13,6%). No Brasil como um todo, o índice ficou em 1,0%, com 16 das 27 unidades da Federação apresentando resultados positivos.
O varejo ampliado engloba, além do varejo restrito, as vendas de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, para as quais não se consegue separar claramente o que é varejo do que é atacado. Em setembro, mais uma vez, ambas as atividades recuaram frente ao mesmo mês do ano anterior, na Bahia.
As vendas de veículos caíram 27%, mostrando o sexto resultado negativo seguido. Já as de material de construção tiveram retração de 7,9%, a quarta consecutiva.
O desempenho das vendas do varejo ampliado baiano também segue negativo no acumulado no ano de 2022 (-5,9%, segunda queda mais intensa dentre os estados) e nos 12 meses encerrados em setembro (-5,3%, pior resultado dentre os estados). Em ambos os casos, as taxas estão abaixo das verificadas no Brasil como um todo (-0,6% e -1,6%, respectivamente).