Há oito anos, uma jovem feirense de 21 anos deu os primeiros passos em direção ao setor supermercadista e abriu a primeira loja do que em pouco tempo se tornaria uma rede de sete unidades, no município de Feira de Santana. O Corujão, que hoje fatura R$285 milhões ao ano e gera cerca de 2.513 empregos, entre diretos e indiretos, nasceu em 2014 como um atacado de bebidas e se tornou um supermercado em 2018.
“Fomos a primeira loja 24 horas que vendia bebida gelada em Feira. Crescemos rápido, criamos uma dimensão maior, nosso mix aumentou e já não trabalhávamos somente com as bebidas. Passamos a implementar mercearias, perecíveis e outros. Nossa gama de produtos cresceu e, com isso, a rentabilidade também melhorou muito, já que as margens começaram a aumentar e tivemos a oportunidade de abrir a segunda unidade, em uma avenida muito importante da nossa cidade”, relembra a CEO da rede, Daniela Lacerda, que começou a empreender ainda criança.
Estou desde o início da operação, há oito anos, maturando e criando estratégias para fortalecer e crescer nosso negócio
Para este ano, conforme a empreendedora, a expectativa é de alcançar um faturamento de R$500 milhões por meio da entrada no segmento de franquias. “Observamos a oportunidade de criar capilares e a força da marca apostando em franquias. Para isso, estamos com uma eximia consultoria, que é a mesma que desenhou o projeto do Carrefour Express, buscando alternativas assertivas”, revela a empresária.
Embora Daniela não esteja sozinha à frente do negócio – além do marido Victor Leonardo tem também mais dois sócios, Mário Trindade e Vinícius Rocha -, é ela quem comanda a empresa e mostra que a baiana tem muita força empreendedora.
“Estou desde o início da operação, há oito anos, maturando e criando estratégias para fortalecer e crescer nosso negócio. Hoje somos sete unidades. Nosso projeto de expansão vem com lojas de vizinhança em formato de franquias ainda este ano”, conta.
Determinação e ousadia
Para ela, o segredo do sucesso está na determinação, ousadia em investir e correr riscos – o investimento inicial foi de R$500 mil – e apostar na boa comunicação com clientes e funcionários. “Sou muito intuitiva, então procuro sempre estar perto dos meus colaboradores. Acho que acessibilidade é algo que me deixa à frente de outros CEOs. A comunicação sempre vai ser uma excelente oportunidade de melhoria e crescimento. Eu invisto nos colaboradores porque sei que o crescimento da minha empresa depende deles, no trato, na dinâmica e no zelo do cliente”.
Alinhado à isso, a CEO conta que não abre mão de um mix abrangente de serviços e produtos, que vão de padaria, sushi bar e adega ao atendimento personalizado ao cliente. “Temos um serviço diferenciado. acredito muito na expectativa que o cliente cria na nossa marca, ele não busca só preço, ele sabe que oferecemos serviço que entende de gente”, disse Lacerda complementando que a inflação e volatilidade dos preço no setor deixam as margens menores, o que tem sido um desafio.
Mas ela, que revendia os presentes que comprava em uma feira local quando criança, e aos 18 anos apostou na revenda de roupas e acessórios na faculdade em que cursou Direito, não deixa a peteca cair. Transforma os obstáculos em força para seguir crescendo. “A gente trabalha com multinacionais. Temos que criar boas estratégias para que o cliente busque mais do que preço”, finaliza Daniela Lacerda, que já advogou, mas se realiza na arte de empreender.
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