Por Anderson Orrico
A indústria de viagem da saúde já é bastante comum e tida como importante fonte de receita para a sociedade em alguns países como o Canadá, Singapura e Japão. Segundo o presidente da Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia (AHSEB), Mauro Duran, a Bahia precisa estimular o crescimento dessa modalidade de turismo já que atualmente conta com “uma excelente estrutura de atendimentos especializados e rede hospitalar” e pode movimentar financeiramente diversos setores econômicos do estado.
O tema foi debatido no XIII Fórum de Sustentabilidade da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA) e mostra um crescimento exponencial das pessoas que saem das suas cidades e até mesmo países para realizar algum tipo de tratamento, seja por preços mais competitivos ou falta do serviço no local de origem. Duran apresentou dados do Visa and Oxford Economics onde mostram que o turismo da saúde movimenta cerca de US$ 439 bilhões/ano, com perspectiva de 25% de crescimento para esta década.
Entre os procedimentos mais procurados por esses turistas – que gastam em média entre 5 mil e 20 mil dólares por visita – estão cirurgias plásticas, cardiológicas, oftalmológicas e de redução do estômago. Além disso, também há demanda por tratamentos nas áreas de oncologia, cardiologia e de reprodução assistida; check-ups e tratamentos variados.
“Quem vem fazer esse tipo de turismo, fica no mínimo 15 dias na cidade. Há uma cadeia econômica que será fortalecida com isso: hotéis, restaurantes, locais turísticos, entre outros. É uma indústria que não é só saúde. Tem toda uma estrutura que precisa ser construída entre o poder público e a rede privada para atender à demanda. 60 % de todo valor gasto fica na rede de saúde e 40% distribuídos na rede de serviços”, detalha Mauro.
Requisitos
Além da busca por equipe médica especializada e tratamentos de qualidade, o presidente da AHSEB destaca que a no processo de escolha para onde ir, uma cidade organizada, acolhedora, com toda a estrutura necessária para uma boa estadia é fundamental para a decisão. “A Bahia tem todos esses requisitos para se tornar um destino bastante procurado. Temos 60 hospitais, 3.100 leitos, 930 UTIs, 80 clínicas, 30 laboratórios, 10 home cares e todos com certificações de qualidade e excelentes profissionais, fora toda a rede de serviços disponíveis e estrutura turística”, reforça.
De acordo com a Secretaria de Planejamento do Estado da Bahia (Seplan), o segmento da saúde na Bahia representa 10% do Produto Interno Bruto (PIB), sendo 6,8% dos meios diretos – hospitais públicos e privados – e 3,2% da cadeia produtiva. “Além dessa movimentação, temos um alto nível de empregabilidade e com salário acima do preço médio do mercado. Então é um segmento que precisa ter uma atenção especial e o fortalecimento do turismo da saúde para colocar o estado entre os principais destinos”, finaliza Mauro.
Confira aqui outros conteúdos exclusivos!