Depois de anunciar mais um prejuízo milionário, trocar o comando da empresa e informar ao mercado que pode encerrar suas operações, a Paranapanema está enfrentando mais um problema: a Premium Recebíveis I Multissetorial Fundo de Investimento em Direitos Creditórios ajuizou, na 8ª Vara Cível do Foro da Comarca de Santo André, São Paulo, um pedido de falência da produtora de cobre. A nota foi publicada na edição desta quarta-feira (23) do jornal Valor Econômico, no setor “Movimento Falimentar”. No mesmo dia, a B3 (Bolsa de Valores) cobrou esclarecimentos sobre o requerimento de falência. Em resposta, a Paranapanema disse não ter conhecimento do assunto.
“A companhia informa que não tem conhecimento de referido pedido de falência e que não foi citada até o presente momento a respeito do referido pedido de falência ajuizado pelo Premium Recebíveis, e que manterá seus acionistas e o mercado informados sobre qualquer desenvolvimento relativo ao objeto deste comunicado, de acordo com as melhores práticas de governança corporativa e com a legislação vigente”, disse a empresa, em comunicado ao mercado assinado por Marcelo Milliet, diretor presidente e de relações com investidores.
Com unidade industrial na Bahia, a Paranapanema é a maior produtora não integrada e líder de vendas de cobre refinado no Brasil na forma de catodo, vergalhão e fios de cobre. No último dia 17, o BADEVALOR publicou uma ampla matéria (leia aqui) onde mostra as dificuldades da empresa, que fechou o terceiro trimestre do ano com um prejuízo líquido de R$317 milhões. Para piorar, a companhia tinha a expectativa de entrada de recursos vindos de um banco de fomento, fato que não ocorreu. Resultado: as operações da empresa estão ameaçadas.
“Essa situação [falta de financiamento para capital de giro] pode indicar a existência de incerteza relevante que pode levantar dúvida significativa quanto à capacidade de continuidade operacional da companhia e que faz a administração manifestar sua preocupação diante dos fatos apresentados”, admitiu a empresa no relatório do balanço do terceiro trimestre.
A Paranapanema foi fundada em 1961 e tem capital aberto desde 1971, integrando o Novo Mercado da B3 desde 2012. Possui três unidades fabris. Na matriz (antiga Caraíba Metais), localizada em Dias D’Ávila, na Bahia, são produzidos cátodos, fios e vergalhões, além de coprodutos de cobre, como lama anódica e ácido sulfúrico.
Com capacidade instalada de 285 mil toneladas, a companhia atua em toda a cadeia industrial, desde a transformação do cobre mineral em cobre metálico (cobre primário ou catodo), atividade na qual é a única empresa no Brasil, até a produção e venda de produtos de cobre (vergalhões, fios trefilados, laminados, barras, tubos, conexões etc) e co-produtos (ácido sulfúrico e lama anódica, por exemplo), substâncias extraídas do processo produtivo.
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