Em junho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), calculado pelo IBGE, ficou em -0,02% na Região Metropolitana de Salvador (RMS). O índice registrou forte desaceleração, ficando bem abaixo do resultado registrado em maio (0,73%) e apresentando deflação.
A queda geral de preços registrada pelo IPCA-15 da RMS no mês foi a primeira na região desde setembro/2022 (-0,17%) e o menor resultado para um mês de junho desde o início da série histórica da pesquisa, em 2000.
O índice ficou abaixo do registrado no país como um todo (0,04%). Dentre os 11 locais pesquisados separadamente pelo IPCA-15, 7 registraram deflação, com a RMS tendo a 7ª maior queda geral de preços. As maiores foram registradas nos municípios de Goiânia/GO (-0,66%) e Brasília/DF (-0,28%), e na RM Belém/PA (-0,18%).
O IPCA-15 funciona como uma prévia da inflação oficial do mês, refletindo os preços coletados entre 16 de maio e 14 de junho de 2023.
No acumulado no primeiro semestre de 2023, o IPCA-15 da RMS está em 3,20%, levemente maior que o do Brasil como um todo (3,16%) e o 4º mais alto entre as 11 áreas pesquisadas. Já nos 12 meses encerrados em junho, por sua vez, a RMS tem o 2º maior IPCA-15 acumulado do país (3,51%), abaixo apenas da RM São Paulo/SP (4,37%). O índice nacional está em 3,40%.
Transportes
A deflação registrada pelo IPCA-15 de junho na Região Metropolitana de Salvador (-0,02%) foi resultado de queda nos preços médios de dois dos nove grupos de produtos e serviços que formam o índice.
O grupo transportes (-1,71%) apresentou a maior queda de preços e foi a principal influência para a deflação da RMS em junho, puxada pelos combustíveis (-7,90%), em especial a gasolina (-8,02%) e o óleo diesel (-9,10%). Por outro lado, a passagem aérea (19,32%) foi o item com o maior aumento de preços no mês e que mais freou a deflação da região.
O outro grupo a registrar queda de preços na RMS em junho foi o de comunicação (-0,03%), puxado pelo aparelho telefônico (-1,92%).
Por outro lado, dentre os grupos com aumento de preços, a maior influência para segurar a deflação na RMS veio da habitação (0,78%), puxada principalmente pela energia elétrica residencial (1,84%).
Porém, o grupo com o maior aumento médio de preços foi o de vestuário (1,15%), que teve a segunda maior influência para puxar o IPCA-15 da RMS para cima. As roupas (1,56%), tanto as femininas (2,25%), quanto as masculinas (1,22%) exerceram a principal pressão inflacionária do grupo.
Em junho, os preços da alimentação desaceleraram frente a maio, mas ainda registraram alta (0,14%), influenciada principalmente pelo pão francês (1,90%) e pelo leite longa vida (3,63%). Por outro lado, as carnes (-2,69%) e os tubérculos, raízes e legumes (-1,73%) registraram queda de preços na RMS.