No 2º trimestre de 2023, a taxa de desemprego na Bahia ficou em 13,4%, abaixo da registrada no 1º trimestre (que tinha sido de 14,4%) e a menor para um 2º trimestre em oito anos, desde 2015, quando tinha sido de 12,8%.
Com o recuo, deixou de ser o indicador mais elevado do país, ficando em 2º lugar, depois de ter mantido a liderança entre os estados durante todo o ano de 2022 e o 1º trimestre de 2023. De abril a junho, a taxa baiana foi superada pela de Pernambuco, que oscilou para cima e foi a 14,2%.
Ainda assim, a taxa de desocupação na Bahia segue bem acima da nacional (8% no 2º trimestre) e equivale a quase seis vezes a menor, registrada em Rondônia (2,4%).
O município de Salvador registrou, no 2º trimestre deste ano, uma taxa de desocupação maior do que a do estado como um todo (16%), mas que também caiu frente ao trimestre anterior (quando havia sido de 16,7%). Foi a menor taxa para um 2º trimestre, na cidade, desde 2015, quando o indicador tinha ficado em 14,2%
Com isso, Salvador deixou de ter a maior taxa desocupação entre as capitais brasileiras, depois de quatro trimestres consecutivos nessa liderança, ficando em segundo lugar, superada por Recife/PE (16,3%).
Na Região Metropolitana de Salvador (RMS), por sua vez, a taxa de desocupação se manteve maior do que na Bahia e na capital: 16,6% no 2º trimestre de 2023.
Mostrou discreta tendência de baixa frente ao trimestre anterior (quando havia sido de 16,9%) e foi a menor para um 2º trimestre em nove anos, desde 2014, quando havia ficado em 14,7%. Sustentou-se, porém, como a segunda maior entre as regiões metropolitanas pesquisadas em todo o Brasil, só abaixo da RM Recife (16,9%).
A taxa de desocupação mede a proporção de pessoas de 14 anos ou mais de idade que estão desocupadas (não trabalharam e procuraram trabalho) em relação ao total de pessoas que estão na força de trabalho, seja trabalhando (pessoas ocupadas) ou procurando (desocupadas).
Desocupados
A redução da taxa de desocupação na Bahia, entre o 1º e o 2º trimestres de 2023 se deu principalmente por um crescimento do número de pessoas trabalhando (ou população ocupada) no estado, que passou de 5,893 milhões para 6,032 milhões no período (+2,4% ou mais 139 mil trabalhadores de um trimestre para o outro).
O avanço da ocupação ajudou a reduzir em 6,2% o número de pessoas desocupadas (que não estavam trabalhando, procuraram trabalho e poderiam ter assumido caso tivessem encontrado), de 994 mil para 932 mil, ou menos 62 mil, entre o 1º e o 2º trimestres.
Trata-se da menor população desocupada para a Bahia, num 2º trimestre, em oito anos, desse 2015, quando havia 927 mil pessoas procurando trabalho no estado.
Do 1º para o 2º trimestre, também houve discreta redução da população fora da força de trabalho (que por algum motivo não estava trabalhando nem procurou trabalho), de 5,216 milhões para 5,166 milhões de pessoas (-1,0%, ou menos 50 mil pessoas).
Com isso, nesse período, o subgrupo dos desalentados retomou trajetória de queda no estado, passando de 600 mil para 510 mil pessoas, do 1º para o 2º trimestre, sustentando queda também frente ao 2º trimestre de 2022, quando somavam 612 mil (-16,5%, ou menos 101 mil desalentados em um ano).
Ainda assim, a Bahia segue com o maior número absoluto de desalentados do país, posto que detém ao longo de toda a série da PNAD Contínua, desde 2012.
No 2º trimestre de 2023, no Brasil, havia 3,672 milhões de desalentados, número que caiu tanto frente ao 1º trimestre (-5,1% ou menos 199 mil pessoas) quanto frente ao 2º trimestre do ano passado (-13,9% ou menos 593 mil pessoas).
A população desalentada é aquela que está fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem, ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade. Entretanto, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga.
No 2º trimestre, no município de Salvador, havia 1,348 milhão de pessoas trabalhando, 15 mil a mais do que o 1,333 milhão do trimestre anterior. Por outro lado, 257 mil pessoas estavam desocupadas, 10 mil a menos do que as 267 mil do trimestre anterior.
Considerando toda a região metropolitana da capital, 1,788 milhão de pessoas trabalhavam no 2º trimestre, 26 mil a menos do que no 1º (quando havia 1,814 milhão de ocupados). Por sua vez, 356 mil pessoas estavam procurando trabalho, 12 mil a menos do que no trimestre anterior.
No caso da RMS, a leve tendência de queda na taxa de desocupação se deu principalmente pelo aumento da população que estava fora da força de trabalho (não trabalhavam nem estavam procurando), que chegou a 1,184 milhão de pessoas, 58 mil a mais do que no trimestre anterior.
Aumento do total de trabalhadores
O crescimento da população ocupada do 1º para o 2º trimestre de 2023, na Bahia, foi puxado com mais força pelo aumento no número de empregados do setor privado com carteira assinada e no setor público. Com isso, a taxa de informalidade no mercado de trabalho teve um leve arrefecimento entre abril e junho.
No 2º trimestre, os empregados privados com carteira assinada no estado somavam 1,605 milhão de pessoas, 4,6% ou 70 mil trabalhadores a mais do que no trimestre anterior e o maior contingente para um 2º trimestre em oito anos, desde 2015 (quando eram 1,766 milhão).
Já os empregados do setor público chegaram a 834 mil, 6,0% ou 47 mil a mais do que no 1º trimestre. Foi o maior número de trabalhadores nessa condição de ocupação, para um 2º trimestre, na Bahia, em todos os 11 anos de série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012.
Ainda entre as ocupações formalizadas, os trabalhadores por conta própria com registro no Cadastro Central de Pessoa Jurídica (CNPJ) também mostraram avanço, entre o 1º e o 2º trimestres, de mais 43 mil trabalhadores (+21,3%, maior taxa de crescimento), chegando a 245 mil.
Com o aumento numérico das ocupações formais, a taxa de informalidade (percentual de trabalhadores informais no total de pessoas ocupadas) na Bahia teve um discreto arrefecimento, de 53,7% no 1º trimestre para 52,7% no 2º.
Entre abril e junho de 2023, 3,176 milhões de pessoas trabalhavam como informais no estado. O número teve uma discreta alta frente ao trimestre anterior (era de 3,167 milhões), mas a taxa caiu porque o total de trabalhadores formais cresceu bem mais.
São considerados informais os empregados no setor privado e domésticos que não têm carteira assinada, os trabalhadores por conta própria ou empregadores sem CNPJ e as pessoas que trabalham como auxiliares em algum negócio familiar.
Do 1º para o 2º tri, nº de trabalhadores cresce em 5 das 10 atividades, na BA, puxado por comércio (+73 mil) e administração pública (+55 mil)
Atividade investigados
O maior aumento absoluto foi verificado em comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (+73 mil pessoas ocupadas no período), seguido pela alta na ocupação na administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (+55 mil trabalhadores).
Bem próxima, em terceiro lugar, veio a atividade de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, com mais 53 mil pessoas ocupadas e o maior crescimento percentual do período (+11,0%).
Por outro lado, dentre atividades com redução no número de trabalhadores, lideraram, em termos absolutos, a indústria em geral (-51 mil ocupados) e transporte, armazenagem e correio (-26 mil trabalhadores entre o 1º e o 2º tri).
Na comparação com o 2º trimestre de 2022, o número de trabalhadores também aumentou em 5 das 10 atividades, lideradas pelo segmento de informação e comunicação (+77 mil pessoas ocupadas) e pelo comércio (+21 mil)
No outro extremo, em um ano, a indústria geral tem a maior perda de trabalhadores (-56 mil, que equivalem a uma redução de 10,5%, a maior em termos percentuais). Em seguida, vem a agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-48 mil trabalhadores entre os 2ºs trimestres de 2022 e