Prestes a iniciar a construção de uma fábrica no Polo Industrial de Camaçari, na Bahia, a chinesa BYD entrou na mira dos países europeus. Por conta dos preços mais baixos e vendas em alta, a Europa decidiu investigar a montadora e outras fabricantes da China. De acordo com as agências notícias internacionais, nas próximas semanas, investigadores vão para a China com o objetivo de examinar algumas das principais marcas de automóveis do país.
O foco está em descobrir se essas fabricantes chinesas possuem uma vantagem competitiva injusta em relação às concorrentes europeias. As marcas BYD, Geely e SAIC são as principais investigadas, mas também há rumores de que a GWM será a próxima. Detalhe: as fabricantes europeias e americanas que produzem carros elétricos na China, a exemplo da Tesla, Renault e BMW, não serão investigadas.
A iniciativa partiu da própria comissão europeia, que busca esclarecer se os veículos elétricos chineses recebem subsídios estatais que lhes conferem uma vantagem econômica desleal nos preços praticados na Europa. Essa investigação foi lançada em outubro do ano passado e deve durar pouco mais de um ano.
O vice-presidente executivo da BYD, Li Ke, declarou recentemente que, apesar da investigação da União Europeia sobre veículos elétricos chineses, a BYD continuará a impulsionar um crescimento sólido na Europa. Li Ke afirmou: “Somos uma empresa de capital aberto e precisamos gerenciar nossos negócios de forma transparente e compartilhar informações de maneira aberta. Portanto, não estamos preocupados com qualquer investigação em andamento na Europa”.
Bahia
A BYD inicia no mês que vem a construção de sua unidade em Camaçari. Os investimentos são da ordem de R$3 bilhões, com a geração de 10 mil empregos diretos e indiretos. A oficialização da chegada da BYD no nordeste brasileiro é um divisor de águas para a indústria automotiva nacional, que volta a investir e produzir no estado, desta vez fabricando veículos elétricos e híbridos com a mais alta tecnologia em um espaço simbólico e estratégico na Bahia.
As três fábricas irão produzir chassis de ônibus, caminhões elétricos, veículos de passeio elétricos e híbridos, e processar lítio e ferro fosfato. A partir de agora, a expectativa é iniciar a produção entre o fim de 2024 e o início de 2025, com capacidade instalada próxima dos 150 mil veículos por ano durante a primeira fase de implantação.
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